Todo dia, a cada minuto, são oferecidas missas Católicas Romanas em algum lugar desse mundo. O sacrifício da missa é o ponto central da adoração romanista.
“Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus;
Nem também para se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote de ano em ano entra no santo lugar com sangue alheio;
Doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo”. [Hebreus 9:24-26].
Usaremos o termo Eucaristia que se refere ao sacrifício envolvido na missa. O termo missa refere-se ao sacrifício realizado na Eucaristia ou sacrifício. O Catolicismo Romano ensina que, na missa, o pão e o vinho são transformados no sangue e no corpo de Cristo e então apresentados a Deus como sacrifício pelo qual Deus é tranqüilizado e se obtém a expiação dos pecados. Os romanistas ensinam que o sacrifício do Senhor Jesus Cristo é oferecido vez após vez após na missa.
O catecismo de Baltimore diz, acerca da questão # 154:
“A Sagrada Eucaristia é um sacramento e um sacrifício, nela nosso senhor e Salvador Jesus Cristo, corpo e sangue, alma e divindade, sob a aparência de pão e vinho, encerra-se, é oferecido e recebido”.
Na questão# 160 diz:
“A missa é o sacrifício da nova lei, na qual, Cristo, através do sacerdote, oferece a si mesmo a Deus sem sangue, sob as aparências de pão e vinho.”
Na questão #355 diz:
“Os sacerdotes exercem seu poder de transformar pão e vinho no corpo e no sangue de Cristo repetindo, na consagração da missa, as palavras de Cristo isso é o meu corpo... isso é o meu sangue...”
Isso é o trabalho miraculoso que os sacerdotes fazem quando transformam o pão e o vinho realmente no corpo e no sangue de Cristo e lhes oferecem como sacrifícios pelos pecados.
Alphonsus Liguori, uma das principais autoridades sobre a lei Católica Romana, diz em seu livro A Dignidade e dever do Sacerdote:
“Quando eles pronunciam as palavras de consagração, o Deus encarnado obriga-se a obedecer e vir às suas mãos sob a aparência sacramental do pão e do vinho. Somos tomados pela admiração de que, em obediência as palavras do seu sacerdote o próprio Deus desce do altar, de que Ele vem sempre que o chamam, e toma lugar em suas mãos ainda que sejam seus inimigos. “Depois de ter vindo, permanece inteiramente ao seu dispor e Eles o movem de um lugar a outro como lhes agrada”.
De acordo com essa doutrina romana, quando uma pessoa comunga na missa de maneira apropriada, realmente como o corpo de Jesus Cristo e, quando o sacerdote toma o cálice, realmente bebe o sangue de Jesus Cristo.
Na missa, a hóstia e o vinho transformados devem ser venerados assim como o Cristo. Refere-se àquela massa consagrada e transformada como hóstia. A hóstia é levantada pelas mãos do sacerdote para ser adorada e venerada pelo povo. O romanismo tenta basear essa doutrina da transubstanciação nas palavras do senhor Jesus Cristo em Lucas 22.19, onde Ele diz, com relação ao partir do pão na ceia do senhor: “isto é o meu corpo.”
A questão 156 do catecismo de Baltimore diz: quando nosso senhor disse: “isto é o meu corpo”, o pão transformou-se em seu corpo; e quando disse: “isto é o meu sangue”, o vinho se transformou em seu sangue”.
O conselho de Trento declarou no cânone 1, cujo título é sobre o sacramento da santíssima eucaristia, que se alguém nega que no sacramento da santíssima eucaristia encontra-se verdadeira, real e substancialmente o corpo e o sangue juntamente com a alma e da divindade de nosso Senhor Jesus Cristo e, conseqüentemente, todo o Cristo, e diz, ao contrário que ele está lá apenas em forma de sinal, figura ou virtuosamente: seja um anátema, ou seja, maldito.
A bíblia deixa bem claro que a santa ceia é um MEMORIAL do sacrifício de Cristo. Como o pão e o vinho poderiam se transformar no corpo e no sangue de Cristo, se Ele próprio ao cear com seus discípulos, comeu o pão e tomou o vinho. Será que Ele se comeu e se bebeu?
“Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou pão;
e, havendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim.
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.
Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis ANUNCIANDO a morte do Senhor, até que ele venha.
De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.”
I Coríntios 11. 23-27(grifo do autor)
Amados (as), a missa era desconhecida até aproximadamente, 800 DC, quando foi proposta por um monge, mas só se tornou oficial em 1215, quando o papa Inocêncio III a tornou um sacramento. Para a igreja romana, um sacramento é um sinal visível que confere graça a uma pessoa. É algo que possui eficácia salvadora. É algo do qual alguém participa a fim de ganhar a salvação. Por isso, os romanistas dizem ser a única e verdadeira igreja de Cristo. Tal abominação se dá porque eles acreditam que aqueles que não participam da eucaristia, não participam do corpo e do sangue de Cristo, não têm parte com ele.
“ A santíssima eucaristia é um sacramento e um sacrifício”. O catecismo de 1994, diz acerca da questão # 1393: “ Por essa razão a eucaristia não pode unir-nos a Cristo sem que, ao mesmo tempo, limparmos de pecados futuros”.
Para os romanistas depois que você confessa os seus pecados ao sacerdote a participação da missa que é um sacrifício une a pessoa a Cristo e a limpa de seus pecados. A missa Poe a salvação na mão do sacerdote e não na pessoa de nosso senhor e salvador Jesus Cristo.
“ O sacrifício da missa é também oferecido aos mortos que não são totalmente fieis para aliviar os seus sofrimentos no purgatório para que sejam purificados podendo assim ser purificados para que entrem nos céus.
A palavra de Deus não diz nada sobre a missa ou sobre a transubstanciação. Não a nenhum versículo na Santa Escritura que autoriza tal pratica, nem o Senhor Jesus, nem os apóstolos nada falaram sobre a missa nem a igreja primitiva e a própria igreja de Roma nada sabia de tal pratica, até o ano 800 depois de Cristo. No novo testamento, a ceia do Senhor nunca é chamada de sacrifício nunca são mencionados altares, consagrações e sacerdotes nas igrejas do novo testamento. De acordo com tal doutrina romana mais de 100.000 mil vezes pela celebração da missa o Senhor Jesus passa pelas terríveis agonias da cruz, o que é antibíblico, herético e abominável aos olhos do nosso Deus. O apostolo Paulo no livro aos hebreus e em outras epistolas deixa claro a posição que deve ser seguida por nós.
Ver seqüência:
“que não necessita, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez por todas, quando se ofereceu a si mesmo”. Hebreus 7.27
“Mas Cristo, tendo vindo como sumo sacerdote dos bens já realizados, por meio do maior e mais perfeito tabernáculo ( não feito por mãos, isto é, não desta criação ),
e não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção. Hebreus 9.11,12
“E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.
Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que estão no céu fossem purificadas com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes.
Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus;
nem também para se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote de ano em ano entra no santo lugar com sangue alheio;
doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.
E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo,
assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.” Hebreus 9. 22-28
É nessa vontade dele que temos sido santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre.
Ora, todo sacerdote se apresenta dia após dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar pecados;
mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, assentou-se para sempre à direita de Deus,
daí por diante esperando, até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés.
Pois com uma só oferta tem aperfeiçoado para sempre os que estão sendo santificados.
E o Espírito Santo também no-lo testifica, porque depois de haver dito:
Este é o pacto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seu entendimento; acrescenta:
E não me lembrarei mais de seus pecados e de suas iniqüidades.
Ora, onde há remissão destes, não há mais oferta pelo pecado. Hebreus 10.10-18
“sabendo que, tendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não morre mais; a morte não mais tem domínio sobre ele.
10 Pois quanto a ter morrido, de uma vez por todas morreu para o pecado, mas quanto a viver, vive para Deus.” Romanos 6. 9,10
“Porque é impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo,
5 e provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro,
6 e depois caíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; visto que, quanto a eles, estão crucificando de novo o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério”. Hebreus 6. 4 - 6
“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,
2 nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo;
3 sendo ele o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo ele mesmo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas”. Hebreus 1. 1-3
Com todos estes versículos, podemos perceber que a missa e a eucaristia são grandes heresias implantadas pela igreja romana. Tendo em vista que Cristo morreu uma só vez e nos purificou de todos os nossos pecados ali na cruz não havendo nenhuma necessidade de nenhum outro sacrifício, alguma coisa poderia ser mais clara do que este fato.
Ressuscitou, subiu vivo para a glória e se assentou no trono a destra de Deus. Se a missa fosse verdadeira a bíblia não seria. A idéia de resumir a gloria de Deus em um objeto feito pelas mãos do homem é na verdade uma pratica pagã de idolatria, e a hóstia na verdade é mais um ídolo e não o Cristo ressurreto, o Deus poderoso ao qual nós servimos e amamos.
Se transubstanciação fosse fato, ainda que não o pareça, lemos pouco atrás uma declaração romana que a missa é um sacrifício. Que tipo de sangue é não sangrento? E como lemos em Hebreus 9:22, sem derramamento de sangue não a remissão de pecados.
Como apontamos no inicio o romanismo tenta se justificar em Lucas 22:19 mas como já vimos é injustificável. Quando os teólogos romanistas defendem transubstanciação estão dizendo que os seus membros através da comunhão na missa estão comendo o corpo e bebendo o sangue de Cristo literalmente. Pergunto: Qual a diferença entre transubstanciação e o canibalismo?
Canibalismo é a prática de comer carne humana e beber sangue humano praticados por alguns povos. A palavra de Deus proíbe o canibalismo como vemos nos versículos do livro de Moises, Levítico 17: 10-12. Que diz:
“Também, qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, que comer algum sangue, contra aquela alma porei o meu rosto, e a extirparei do seu povo.
Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que faz expiação, em virtude da vida.
Portanto tenho dito aos filhos de Israel: Nenhum de vós comerá sangue; nem o estrangeiro que peregrina entre vós comerá sangue.”
Como já demonstramos está pratica nada tem a ver com a Santa Escritura e com o Cristianismo autêntico, antes é um sincretismo com o paganismo, e os rituais por eles praticados, no ritual o sacerdote romano faz o sinal da cruz 16 vezes, vira-se para congregação 6 vezes, levanta seus olhos para o céu 11 vezes, beija o altar 8 vezes, junta a mão 4 vezes, golpeia seu peito 10 vezes, abençoa o altar com o sinal da cruz 30 vezes, põe sua mão aberta sobre o altar 29 vezes, ora secretamente 11 vezes ora em voz alta 13 vezes, cobre o cálice 10 vezes, vai para frente e para traz 20 vezes.
Isso é ritual pagão! Jesus não é a hóstia! Vejamos o que diz o próprio Jesus em Mateus 24:26-27
“Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto; não saiais; ou: Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis.
Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a vinda do filho do homem.”
Já provamos que a missa católica é uma complicada heresia, e no que diz respeito aos mortos a palavra de Deus nunca menciona a eucaristia para ajudar os mortos inclusive nunca ninguém dela ouviu falar, ao contrário a palavra do Senhor nos afirma em romanos 14:12
“Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus”.
Querido irmão ninguém pode seguir dois caminhos. A palavra de Deus e o romanismo católico. Eu fico com a bíblia, com Jesus meu Senhor e com Deus nosso Pai e o seu Espírito Santo que é o Espírito de Suplicas e de Graça, Deus Consolador que com os santos está.
O Sistema Católico Romano começou a tomar forma quando o Imperador Constantino, convertido ao Cristianismo presidiu o I. Concílio das Igrejas no ano 313. No Século IV, construíram a primeira basílica em Roma. As Igrejas eram livres, mas começaram a perder autonomia com Inocéncio I, ano 402 que, dizendo-se "Governante das Igrejas de Deus exigia que todas as controvérsias fossem levadas a ele."Leão I, ano 440, aumentou sua autoridade;
alguns historiadores viram nele o primeiro papa.
Naqueles tempos ninguém supunha que "S. Pedro foi papa", fora casado e não teve ambições temporais. O poder dos pretensos papas cresceu ainda mais quando o Imperador Romano Valentiniano III, ano 445, bajulado, reconheceu oficialmente a pretensão do papa de exercer autoridade sobre as Igrejas. O papado surgiu das rumas do Império Romano desintegrado no ano 476, herdando dele o autoritarismo e o latim como língua, embora o primeiro papa, oficialmente falando, foi Gregório no ano 600 d.C.
A palavra "papa" significa pai, até o ano 500 todos os bispos ocidentais foram chamados assim: aos poucos, restringiram esse tratamento aos bispos de Roma, que valorizados, entenderam que a Capital do império desfeito deveria ser Sede da Igreja.
Nicolau l, ano 858, foi o primeiro papa a usar Coroa. Usou um "Documento Conciliar falso (espúrio) dos Séculos 2º e 3º, que exaltava o poder do papa e impôs autoridade plena.
Assim, o "Papado que era recente, tomou-se coisa antiga." Quando a farsa foi descoberta Nicolau já não existia! O Vaticano projetou-se quando recebeu de Pepino, o Breve, ano 756, vastos territórios; essa doação foi confirmada pôr Carlos Magno, ano 774, quando ocupava o trono papal Adriano I. (Taglialatela, II pág. 44).
Carlos Magno elevou o papado a posição de poder mundial, surgindo o "Santo Império Romano" que durou 1.100 anos. Mais tarde, Carlos Magno arrependeu-se pôr doar terras aos
papas. No seu leito de morte sofreu "horríveis pesadelos". Agonizando, lastimava-se assim: "Como me justificarei diante de Deus pelas guerras que irão devastar a Itália, pois os papas serão ambiciosos, eis porque se me apresentam imagens horríveis e monstruosas que me apavoram devo merecer de Deus um severo castigo" (Piliati, Tomo I, ano 1776, Edson Thompson, Londres). O Vaticano derramou muito sangue, até ser invadido pôr Napoleão Bonaparte, em 1806. O papa foi preso e perdeu suas terras; tentou reagir mais tarde, mas Vítor Emanuelli, no ano 1870,derrotou novamente as "tropas do papa" tomando-se o primeiro Rei da Itália.
Assim caiu o "Santo Império Romano"! O Papa vencido advertia: "Não somos simples mortais" Ocupamos na terra o lugar de Deus, estamos acima dos anjos e somos superiores a Maria, mãe de Deus, porque ela deu a luz a um Cristo somente, mas nós, podemos fazer quantos Cristos quisermos. Referia-se a transubstanciação. (Gazzeta da Alemanha n.o 21 ano 1870).
Até 1929, os papas ficaram confinados no Vaticano quando Mussoline e Pio XI legalizaram com o tratado de Latrão esse pequeno Estado religioso que atualmente é "controlado pela Cúria Romana, mas governado pôr 18 velhos Cordiais, que controlam a carreira dos bispos e monsenhores, o papa fica fora dessa pirâmide". (Est. S. Paulo 28-3-82).
No Brasil a liderança Católica está nas mãos de 240 bispos mais conhecidos pelas suas posições políticas do que pela religiosidade. Estão divididos entre Conservadores, Progressistas e não Alinhados.
Esta é uma das doutrinas mais controvertidas criada pela igreja católica romana. Foi proclamado como dogma de fé em 1870 no Concílio Vaticano I pelo então papa João Maria Mastai Ferretti, Pio IX (1846-1878), através da Bula "Pastor Aeternus".
Segundo a teologia católica essa prerrogativa é exercida quando o Papa como sucessor de Pedro, se pronuncia "ex-cátedra" [1], em matéria de fé e moral. Em outras palavras: o Papa não erra, pois é infalível quando fala ao povo católico. Sem ela a igreja perde sua reivindicação de autoridade apostólica e de guardiã da verdade.
Mas seria essa uma doutrina genuinamente cristã? Quais são seus fundamentos e verdadeiras intenções? Eles resistem ao escrutínio das Escrituras e da história eclesiástica? Esse será o foco de nossa análise neste artigo sobre a "infalibilidade papal".
Antecedentes históricos
O que teria levado Pio IX a propor um dogma tão ousado assim? Parece que as razões do Papa eram mais políticas que religiosas. Vejamos alguns motivos que o levaram a propor uma doutrina sem precedentes na história da igreja:
Um dos motivos para o estabelecimento definitivo do dogma foi para combater o "galicanismo". Essa teoria já havia assombrado o pontificado de Inocêncio XI. O contexto da época era propício às aspirações de Pio IX. Ele estava assistindo em seu pontificado a queda do poder temporal que tanto ardentemente defendia. Os domínios papais começaram a perder para a Itália algumas regiões (1859), a região da Úmbria, Marcas (1860) e finalmente Roma (1870). A situação não era nada fácil. O Papa agora estava restrito ao Estado do Vaticano e a igreja romana não era mais a senhora de mão-de-ferro da Europa. Sem falar é claro dos fortes conflitos doutrinários que dividiam os teólogos de escolas opostas e as novas ideias seculares que emergiam - as quais o Papa condenou como "erros modernos".
Já que a igreja, considerada infalível, estava experimentando sua derrocada, a solução então era consolidar o resto do poder que ainda existia nas mãos de um agente único - o Papa - o qual mais que depressa convocou um Concílio.
Nos bastidores do Concílio
Vaticano I é estereotipado como um concílio de "cartas marcadas". Antes mesmo dos debates começarem tudo já havia sido arranjado para a doutrina da "infalibilidade" ser aceita.
Durante o tempo transcorrido (1869-1870) as reuniões foram marcadas por violentas controvérsias até que os conciliares se dividiram em dois grupos: os antiinfalibilistas (que não apoiavam o dogma) e os infalibilistas (que apoiavam o dogma), liderado pela famigerada ordem dos Jesuítas. Mas mesmo entre estes últimos havia sérias divergências quanto aos limites e natureza desta infalibilidade.
Enquanto isso a mídia controlada pelo Papa e os jesuítas, tentava passar uma imagem de unidade, apontando que em breve a aclamação do dogma se faria por unanimidade.
A pressão dos infalibilistas pesou na votação e o tema foi adiantado. Muitas alterações foram feitas durante o Concílio de modo a favorecer esse grupo ultramontanista. A esta altura a corrente favorável e intransigente propôs que o grupo contrário ao dogma fosse excluídos como hereges. Dentre essas alterações devemos destacar aqui o fato de que havia sido limitada a liberdade de expressão a ponto de cassar a palavra daqueles que se alongassem no debate como fizeram com Strossmayer.
Finalmente depois de muitas contradições, ameaças, intrigas e pressões do partido infalibilista, , foi definido o famigerado dogma da seguinte maneira:
"...definimos como dogma divinamente revelado que o Romano Pontífice, quando fala ex cathedra, isto é, quando, no desempenho do ministério de pastor e doutor de todos os cristãos, define com sua suprema autoridade apostólica alguma doutrina referente à f é e à moral para toda a Igreja, em virtude da assistência divina prometida a ele na pessoa de São Pedro, goza daquela infalibilidade com a qual Cristo quis munir a sua Igreja quando define alguma doutrina sobre a f é e a moral; e que, portanto, tais declarações do Romano Pontífice são por si mesmas, e não apenas em virtude do consenso da Igreja, irreformáveis. Se, porém, alguém ousar contrariar esta nossa definição, o que Deus não permita, - seja excomungado" [Concílio Vaticano I, "Primeira Constituição dogmática sobre a Igreja de Cristo" - sessão IV, cap. IV (18-7-1870)]
E foi assim que a 18 de julho de 1870 o Papa se tornou infalível!
Muitos pensam que qualquer pronunciamento do Papa é automaticamente infalível. Não é bem assim. Os teólogos católicos tiveram o cuidado de cercar cuidadosamente com alguns critérios o uso desta prerrogativa. Elas são tiradas do próprio documento transcrito acima.
Primeiramente, o papa só é infalível quando se pronuncia "ex-cathedra", isto é, usando os poderes da cadeira de Pedro como Pastor e doutor da igreja, isto define o cargo de ação do dogma.
Por sua vez o objeto desta infalibilidade está restrito tão somente a temas concernente à f é e moral. Outrossim, que o sumo pontífice intencione pronunciar sentença definitiva sobre o assunto focalizado, decidindo o que é certo e condenando com um anátema quem se posicione contra. E por último que ele queira ensinar a igreja inteira.
Segundo os estudiosos católicos, em qualquer documento papal (bulas, constituição apostólica, encíclica) estas condições precisam ser preenchidas para ser infalíveis. Por exemplo, temos um pronunciamento ex-cathedra quando João Paulo II na ‘encíclica Veritatis Splendor’ se pronunciou dizendo que estava usando os poderes de Pedro para aplicar aquelas proposições. Por outro lado, quando ele asseverou na ‘encíclica Fides et Ratio’ que estava fazendo "considerações filosóficas" não é para todos os efeitos objeto de infalibilidade.
Enfim, quando o Papa se pronuncia como filósofo, ou doutor em outras áreas humanas e não como Papa, suas decisões não estão no campo da infalibilidade, asseguram os defensores do dogma. Curiosamente o Concílio Ecumênico Vaticano II não é considerado infalível, pois tão somente reafirmou sentenças de concílios anteriores e não impôs nenhum anátema.
Dizem os teólogos católicos que este poder foi exercido poucas vezes, apenas doze, durante todo o pontificado dos papas.
Todavia, é gritante a fragilidade deste critério. Este dispositivo foi criado logicamente, para proteger o dogma de suas implicações lógicas, de um impacto direto que ele poderia causar, se fosse aplicado, na prática, na vida de muitos papas ao longo destes séculos.
Analisando as proposições da sessão IV do "Pastor Aeternus", fica patente que este dogma é extraído de outras duas doutrinas a saber: o primado de Pedro e a sucessão apostólica. Primeiro era necessário transformar Pedro em chefe da igreja cristã universal e depois coroá-lo com a infalibilidade. Assim a última engrenagem faltante era colocar os papas na linha de sucessão do apóstolo fazendo-os infalíveis.
Além das questões neotestamentarias, os católicos apelam para a história da igreja, reivindicando a supremacia da igreja de Roma sobre as demais e o apelo que muitas igrejas faziam aos papas em questões de fé e doutrinas.
As passagens amiúde citadas são: "o poder de ligar e desligar" (Mateus 16.19), "o poder de apascentar o rebanho" (João 21.15-17) e "o poder de ensinar" (Lucas 22.31,32). Em todas elas os teólogos católicos dizem estar implícita a infalibilidade.
Dado ao pouco espaço que temos neste artigo, impossível refutar de modo completo tal doutrina.
Por isso teceremos alguns comentários e refutações em suas principais bases. O dogma peca sob diversos pontos: Primeiro, quanto às provas bíblicas, não resiste a uma hermenêutica mais cuidadosa. Segundo, carece de apoio histórico consistente e por último, de todos os pontos de vistas lógicos, é desnecessário.
1° - Carece de apoio unânime: De início ressalta-se que a palavra "infalibilidade" está ausente tanto na literatura cristã primitiva como na Bíblia. Apesar de Pio IX dizer que ela "foi sempre admitida pela igreja católica", os anais da história mostram fatos totalmente opostos a isto e provam que na verdade, ela nunca existiu na pessoa de um líder eclesiástico. Quando o embrião desta funesta doutrina começou a ser desenvolvido na idade média, não faltaram adversários que a combatessem ferozmente. Muitos papas como Inocêncio III, Clemente IV, Gregório XI, Adriano VI, Paulo IV - rejeitaram a doutrina da infalibilidade papal!
As igrejas da França e da Gália sempre se opuseram a ela, reafirmando a independência para com a igreja romana. A elas seguiram-se depois as igrejas inglesas e irlandesas. No Concílio Vaticano I, líderes católicos gabaritados da envergadura do teólogo e historiador alemão Ignaz von Dõllinger (principal adversário e líder da oposição a essa doutrina), Schwarzemberg, Maret, Rauscher, Simor, Dupanloup, Hefele, Ketteler, Acton, Strossmayer formavam a frente de oposição quanto ao novo dogma. Principalmente Dõllinger e Maret ambos, respeitados estudiosos eclesiásticos sabiam mais do que todos que pela história da igreja o dogma era indefensável. Os livros de Dõllinger e o discurso eloquente de Strossmayer no Concílio atestam este fato. Depois disto, muitos não só abandonaram o Concílio antes da votação, como também a própria igreja romana formando a igreja dos "Velhos Católicos".
2° - Carece de apoio histórico: A alegação de que algumas igrejas apelavam para Roma em algumas decisões não é prova de que o bispo romano fosse infalível. Outras sés episcopais receberam a mesma honra. Podemos citar a igreja de Alexandria resolvendo questões de disciplinas nas igrejas espanholas, além de sua jurisdição.
Era comum as igrejas primitivas recorrerem umas às outras para estabelecer decisões em questões polémicas. Contudo, muitas vezes as igrejas não admitiram a intromissão de Roma em assuntos de suas jurisdições como no caso das igrejas Africanas. Nota-se ainda que as apelações eram feitas à igreja e não ao papa como infalível.
Nos primeiros dez séculos de Cristianismo nenhum dos pais da igreja ou algum Concílio ecumênico jamais se posicionou a favor da ideia da infalibilidade residir na pessoa do bispo romano. É vão o malabarismo exegético praticado pêlos romanistas nesse sentido. Apesar de quererem reescrever a história em causa própria, os fatos são gritantes contra esse dogma.
Nenhum dos primeiros concílios ecumênicos foram convocados pêlos papas e nenhuma sentença importante por parte deles foi emitida como infalível por estes concílios. As principais decisões dogmáticas do cristianismo foram tomadas pêlos Concílios e não pêlos papas. Na verdade, muitos papas estavam sujeitos aos Concílios.
Não obstante, apela-se para a frase de Agostinho "romã locuta , causa finita est!", isto é, Roma falou, está encerrada a questão. Todavia, quando Agostinho disse isso a respeito da opinião do Papa contra Pelágio (seu adversário), esta questão já havia sido decidida por dois Concílios. Agostinho era da opinião de que só o julgamento de Roma não era definitivo se não tivesse o assentimento de um concilium plenarium. Isto ele deixou claro na questão do batismo dos hereges, no qual foi contra a decisão de Estevão e a favor dos Concílios africanos.
Não menos controvertida é a frase de Ireneu apelando para a sé romana fazendo menção de sua "importantíssima primazia". Mas Ireneu não apelara para o papa de Roma , mas para a igreja UNIVERSAL como um todo, ele apenas escolheu a romana por ser a mais conhecida, pois ficava na capital do império. Nada diz Ireneu sobre uma suposta infalibilidade papal. Isto estava com certeza, fora de cogitação.
3° - Carece de apoio bíblico: Os argumentos frequentemente empregados pêlos católicos para substanciar biblicamente a infalibilidade são espúrios. Se não vejamos: Mateus 16.19 - Além de reivindicarem uma suposta jurisdição de Pedro sobre as demais igrejas, alegam que ele promete a infalibilidade pelo simbolismo das chaves. Contudo, a interpretação de que Pedro é a "Pedra", além de não provar nenhuma supremacia de Pedro, não mostra também que seus supostos sucessores tivessem a primazia sobre os demais. Além do mais, de todos os pais da igreja poucos foram os que interpretaram que Pedro fosse de fato a Pedra. Outros sim, o simbolismo das chaves foi dado não somente a Pedro, mas a todos os apóstolos (18.18). Se os apologistas católicos querem ver alguma infalibilidade neste trecho terão que estende-la também aos outros. Ademais, o poder das chaves era exercido apenas na evangelização e não na jurisdição. O que de fato Pedro e os demais exerceram de modo eficaz. Nada de infalibilidade.
João 21.15-17 e Lucas 22.31,32 - A prerrogativa dada a Pedro de "apascentar seus irmãos", não era privilégio somente de Pedro. Outros como Paulo disseram a mesma coisa (At. 14:22 -15:32,41). Este e o próprio Pedro admitiam que isto não era exclusividade suas (Atos 20.28 -1 Pedro 5.1,2). Com certeza Pedro lembrando-se das palavras do mestre em Lucas 22.24-26 (cf. Mat. 20.25-27), soube aconselhar o rebanho tempos depois afim de que ninguém exercesse a primazia sobre as igrejas I Pedro 5.1-3. A simples tarefa de apascentar confirma e não traz inerentemente nenhum mérito de infalibilidade, pois Jesus já havia rogado por eles todos (João 17.11,12).
O cuidado em proteger essa doutrina com subtilezas de termos cuidadosamente arranjados, encontra sua razão na história desastrosa do papado durante todos estes séculos. Poderíamos falar extensamente de papas condenados como hereges tais como Honório, Libério, Hildebrando. Ora, se ensinaram heresias está claro que não eram infalíveis. Houve papas que anularam os decretos de outros, tido como dogmáticos. E o que dizer de vários papas tidos ao mesmo tempo como legítimos? Sem falar na vida imoral que muitos deles levavam. Seria correto papas imorais não errarem em questões morais? Seriam estes também infalíveis? Claro que não!
Isto posto, a infalibilidade foi um estratagema que não deu certo, antes aumentou mais um erro no bojo dogmático do catolicismo. Ela não só perverte a doutrina cristã como contraria os fatos da história. Definitivamente o Papa não é infalível, isso cabe somente a Deus e a sua Palavra - a Bíblia.
Um comentário:
culto somente a Deus
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