Jeanne Marie Bouvier de La Motte (1648-1717), mais conhecida como Madame Guyon, foi levantada por
Deus num contexto católico romano, em pleno século XVII, quando as nuvens da apostasia ainda eram densas, apesar da fresta de luz da Reforma. Deus a usou de forma especial para abrir caminho para a restauração da vida interior, da comunhão profunda com Ele, através da oração, da consagração plena, da santificação e do operar da cruz. Ela nasceu na França, foi educada em conventos e desde pequena demonstrou desejo de ser fiel ao Senhor. Mas, por ser muito bonita e por ser atraída pelo mundo, muitas vezes esqueceu suas promessas de fidelidade a Jesus.
Casou-se com um homem inválido, 22 anos mais velho que ela, em 1664. Isso levou-a a buscar comunhão íntima com Deus. Em 1668, teve a plena experiência de sua salvação pela fé em Cristo. Depois disso perdeu o interesse pelas coisas mundanas e gastava seu tempo em oração. Em 1670, foi vítima da forma mais virulenta de varíola, que destruiu sua beleza. “Mas a devastação exterior foi contrabalançada pela paz interior”, ela testemunhou.
Até 1676, sofreu a perda de filhos, do marido, do pai e de uma grande amiga. Porém, tudo isso serviu apenas para que ela aprofundasse sua experiência com Deus. De 1674 a 1680 ela perdeu a presença de Deus, aprendendo, então, a andar por fé, não por sentimentos. Após isso, levou muitos à regeneração e a experiência da “morte do ego”. O grande número de pessoas que, após ter contato com Madame Guyon, deixaram o mundanismo, o pecado e se consagraram a Deus e isso despertou o ciúme de líderes católicos e mestres mundanos, que passaram a perseguir Guyon.
Foi denunciada como perigosa e seguidora de Molinos (aprisionado na mesma época, por escritos similares, que atacavam o vaticano e o papa). Em conseqüência, foi presa e permaneceu na prisão por meses. O rei Luís XIV pediu pessoalmente ao Bispo Bossuet, o maior e mais famoso eclesiástico da França, que a examinasse. Este “exame” se transformou numa inquisição mental. Bossuet, a mente mais poderosa da França, achava estar lidando com uma mulher tola. Ele pretendia acabar logo com ela. Em lugar disso, encontrou uma pessoa à sua altura, ou até melhor que ele, o que o deixou enfurecido. As conclusões de Bossuet a respeito desta mulher “perigosa” levaram Luís XIV a prender Jeanne Guyon, sem ao menos inquiri-la ou notificá-la a respeito. Mesmo com seu escritos condenados pelo alto clero católico, Madame Guyon continuou seus ensinamentos e por isso foi detida quatro vezes, a última das quais por quatro anos (1694-1702). Escreveu cerca de sessenta obras e compôs poemas e hinos como: “Eu amo o Senhor, mas não com meu amor” e “Longo mergulho na Aflição”. Escreveu cartas para católicos e protestantes na França, Holanda, Alemanha e Inglaterra.
Seus escritos como “Torrentes Espirituais”, “Experimentando as Profundezas de Jesus Cristo” e “Experimentando Deus através da Oração”, cheios de realidade espiritual, influenciaram grandemente Jessie Penn-Lewis, que os comentou,influenciaram a muitos ao redor do mundo e a notáveis líderes, tais como o Arcebispo Fenelon, os Quacres, John Wesley, Zinzendorf, Jessie Penn-Lewis, Andrew Murray e Watchman Nee. Eles foram tão marcados por Deus através dela que muitas das verdades comentadas e vividas por eles tiveram origem, de alguma maneira, no que herdaram de Madame Guyon; em nossos dias, estamos apenas começando a tocar no fluir das águas da verdadeira espiritualidade que Deus fez jorrar através dela.
"Poucas pessoas atingiram um alto grau de espiritualidade como o alcançado por Madame Guyon (1648-1717). Nascida em uma época corrupta, ela cresceu e criou-se em uma igreja tão devassa quanto o mundo em que estava inserida. Perseguida a cada passo de sua carreira, padeceu maus-tratos, aflições, sofreu abusos e foi presa durante anos pelas autoridades da igreja católica. Seu único crime foi amar a Deus; sua culpa foi a suprema devoção e afeição a Cristo. Ela compreendeu com facilidade as verdades mais profundas das Sagradas Escrituras. Os mais distintos líderes espirituais foram tremendamente influenciados por seus escritos, que têm por objetivo realizar algo bem maior nesses dias do que realizou no passado. Na realidade, o mundo cristão está apenas começando a entendê-los e a apreciá-los. Por meio de sua obra, milhares de pessoas podem chegar à mesma relação e comunhão íntima com Deus.
8 comentários:
Uma grande mulher de Deus, que foi testemunha do Senhor, do Grande e Poderoso Deus, no meio de uma instituição corrupta!
Oi Fabio a paz do Senhor,eu gostei muito deste texto,eu não conhecia esta historia amei,publique mais coisas sobre ela.
Histórias como essa me constrange e inspiram a conhecer esse Deus que tanto ouço falar...
Só vim saber dessa senhora em pleno 2020 quando um Diácono leitor da bíblia e livros acerca dela , citou a obra dela. Vou adiquirir
Obrigada por nos proporcionar o conhecimento a respeito de uma serva tão dedicada ao senhor a sua obra.
Importante a historia dessa grande mulher. Acredito que existe um equivoco (creio que erro de digitação) na data/ano em que contraiu varíola - Em 1970, foi vítima da forma mais virulenta de varíola, -. Obrigada pela contribuição ao meu trabalho.
Eu pretendo comprar um livro sobre Madame Guyon. Faz anos que ouço falar sobre ela. Eita igreja que perseguiu e matou pessoas!!
Que exemplo de mulher de Deus
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