Por Fabio Alves
Este comentário pretende apenas ser uma contribuição ao debate!
Quando olhamos para crise enfrentada nos ministérios de
nossas igrejas precisamos atentar para varias causas. A primeira causa que
identifico é o secularismo vivido por diversas denominações onde a diferença
não está na forma de cultuar, no credo, e organização, mas no ideal capitalista.
Estas instituições não são plurais por causa de suas convicções religiosas, mas
por causa de disputas mercadológicas já que o monopólio religioso não existe mais,
ou seja, as denominações tradicionais de linha histórica já não fazem muito
sentido em nossos dias para a maioria dos evangélicos. A nova etapa do capitalismo que passou a
vigorar a partir do século XX se intensificou no século XXI, essa trabalha
ideologicamente para inserir todos dentro desta lógica. Transformar nossas
denominações em agencias do mercado, e os produtos são a fé e os serviços.
Diante desta realidade os obreiros são cobrados por resultados. O obreiro que
não apresenta resultado dentro da lógica do sistema e visto como sem unção
incompetente e péssimo administrador. Com essas crenças veladas muitos obreiros
honestos são empurrados para depressão e abandonam o ministério.
Essa nova visão tem aberto espaço para situações como essa
relatada pela revista Cristianismo hoje: (Deu na CNN: jovem pastor de uma das
maiores denominações evangélicas da Austrália confessou ter mentido nos últimos
dois anos para a igreja, família e amigos, dizendo que tinha câncer. Para se
passar por doente em fase terminal, ele chegou a raspar o cabelo e as
sobrancelhas e andava com um tubo de oxigênio ligado ao corpo. A farsa lhe
rendeu milhares de dólares, arrecadados junto aos fiéis de sua igreja para o
suposto tratamento, que nunca aconteceu. Segundo palavras do próprio impostor,
o pastor Mike Guglielmucci, a “vida dupla” serviu, entre outras coisas, para
ocultar seu maior pecado – o vício na pornografia.)
Outro desafio desta geração segundo o pastor e mestre em
teologia Russell P. Shedd e a integridade dos obreiros. A palavra integridade já fala por si porem
colocaremos alguns sinônimos como completo, integro verdadeiro e
irrepreensível. O que precisamos nesta
geração é de homens que entreguem sem reservas suas vidas ao Senhor. Sabemos
que o pecado nos ronda, mas como disse o pastor inglês John Wesley fundador do
Metodismo: “Por salvação o Metodista entende a santidade do coração e a
santidade da vida. E isto, ele afirma, é cousa que só nasce somente da
verdadeira fé.”
Paulo coloca o
primeiro requisito para o ministério é, “ser irrepreensível”.
A crise de
integridade:
A pesquisa do Fuller Insitute of Church Growth,
1991.
- Pastores 90% 46 horas ou mais p/ semana
- 80% ministério tem afetado a família negativamente
- 33 % o ministério é uma ameaça à família
- 75% têm passado um período de stress
- 50% pensam que não estão podendo corresponder às demandas de sua responsabilidade
- 90% acham que seu treinamento foi inadequado
- 70% têm auto-estima menor do que quando começaram
- 40% tiveram conflito sério com um membro de sua a igreja no ultimo mês
- 37% comportamento sexual inapropriado
- 70% não têm amigo chegado.
Como podemos observar a solidão, a carga de trabalho
excessiva, o stress, o excesso de demandas do ministério, o abandono das
relações familiares e a falta de integridade
são problemas comuns.
Estes dados são da igreja americana, contudo, já são
sentidos pela igreja brasileira e sul-americana. Sendo a falta de integridade
ao meu ver o problema mais grave. O oposto de integridade segundo Shedd.
Hipócrita, incoerente, inconsistente, inconfiável, imoral,
antiético, mentiroso.
Esta crise moral tem afetado o conjunto das denominações, o
mundanismo corrente nas igrejas locais é uma realidade e infelizmente constitui
em idolatria para aqueles que praticam tais perversões. Vejamos o que nos fala
o Senhor através do apóstolo Paulo.
Efésios capítulo 5
( NVI).
Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados,
e vivam em amor, como também Cristo nos amou e se entregou
por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus.
Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade
sexual nem de qualquer espécie de impureza nem de cobiça; pois estas coisas não
são próprias para os santos.
Não haja obscenidade nem conversas tolas nem gracejos
imorais, que são inconvenientes, mas, ao invés disso, ação de graças.
Porque vocês podem estar certos disto: nenhum imoral nem
impuro nem ganancioso, que é idólatra,
tem herança no Reino de Cristo e de Deus.
Ninguém os engane com palavras tolas, pois é por causa
dessas coisas que a ira de Deus vem sobre os que vivem na desobediência.
Portanto, não participem com eles dessas coisas.
Porque outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no
Senhor. Vivam como filhos da luz,
Pois o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e
verdade;
e aprendam a discernir o que é agradável ao Senhor.
Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes,
exponham-nas à luz.
Porque aquilo que eles fazem em oculto, até mencionar é
vergonhoso.
Mas, tudo o que é exposto pela luz torna-se visível, pois a
luz torna visíveis todas às coisas.
Por isso é que foi dito: "Desperta, ó tu que dormes,
levanta-te dentre os mortos e Cristo resplandecerá sobre ti".
Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja
como insensatos, mas como sábios,
Aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são
maus.
Portanto, não sejam insensatos, mas procure compreender qual
é a vontade do Senhor.
Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas
deixem-se encher pelo Espírito,
Falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais,
cantando e louvando de coração ao Senhor,
Dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas,
em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo.
Mulheres sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor,
Pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o
cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador.
Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as
mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos.
Maridos amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja
e entregou-se a si mesmo por ela
Para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água
mediante a palavra,
E apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha
nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável.
Da mesma forma, os maridos devem amar as suas mulheres como
a seus próprios corpos. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo.
Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo,
antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a igreja,
Pois somos membros do seu corpo.
"Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à
sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne".
Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à
igreja.
Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si
mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito.
Vejamos agora alguns exemplos que foram publicados pela
revista cristianismo Hoje:
Rumorosas também foram a queda de ícones dos púlpitos, como
o televangelista americano Jimmy Swaggart, flagrado com prostitutas, ou o
pastor brasileiro Cai Fábio D’Araújo Filho, o mais destacado líder evangélico
já surgido no país, que há exatos dez anos revelou um caso extraconjugal que
interrompeu seu multifacetado ministério.
O problema moral nessa geração é grave e é serio. Esta crise
de integridade que assola a humanidade desde o Édem nunca foi tão real no nosso
meio e tão exposto como nesta geração de evangélicos.
Segundo o pastor Jaime Kemp mestre em teologia e doutor em
ministério familiar, é autor de duas dessas obras. Ele lançou, há algum tempo,
os livros Pastores em perigo e sua continuação, Pastores ainda em
perigo (Editora Hagnos), nos quais aborda o problema. “A Igreja Evangélica
tem padecido com a escassez de integridade em sua liderança, seja em nível
moral ou na vertiginosa e constante quebra dos relacionamentos familiares”,
constata. (Fonte cristianismo Hoje.)
Tal crise que esta instalada no ministério de diversas
denominações faz que a desconfiança nas igrejas cresça como revela a pesquisa
do instituto Ibope publicado pela revista cristianismo hoje: O número de
pessoas que não confiam nas igrejas evangélicas subiu de 41% para 44%, e o
contingente de pessoas que confiam nelas caiu para 52 por cento.
O autoritarismo e a falta de controle da comunidade local é
um problema cultural brasileiro que teve seu ápice na republica do café com
leite. Nas comunidades cristãs se repetem os mesmos erros como apadrinhamento,
favorecimento de amigos, grupos de interesse econômico e mercadológico alimenta
a crise vivida em muitos ministérios. A crise moral e de valores somada à falta
de temor são problemas visíveis que juntos geram confusão teológica e a prova
disto é o surgimento do neopentecostal e da teologia da prosperidade sem falar
na volta do papismo que já instituiu o “paipostolo” que representa um grave
erro de conduta teológica e ética.
“A crise econômica na sociedade capitalista globalizada tem
levado muitas pessoas ao ministério não por vocação ou chamado, mas por falta
de qualificação profissional ou porque muitos enxergam como um caminho possível
para o enriquecimento ao mesmo tempo em que agradam a Deus” .
Numa sociedade ego centrista a fama é outro fator que conta
e quando não se obtém tal resultado a tristeza a depressão e até o abandono do
ministério acaba sendo decorrência desta visão torcida.
Ao ler sobre este assunto pode perceber que o obreiro sem o
chamado por mais que tenha êxito em seus propósitos carrega um fardo pesado. O
fardo do Senhor é leve e seu julgo suave. Quando leio a palavra em Atos dos
apóstolos vejo que apesar de todas as adversidades o Senhor é a alegria dos que
o servem assim também aconteceu com os que amavam e amam ao Senhor no longo da
história eclesiástica. Louvo ao Senhor e só a Ele dou credito pela vida de seus
obreiros que ao serem provados são aprovados e exercem seu ministério não por
torpeza ou ganância mas por amor e zelo.
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