01/06/2014

Sobre a consciência








 Por Reverendo John Wesley

"Porque a nossa glória é esta, o testemunho da nossa consciência, de que, com santidade e seriedade de Deus, não com sabedoria humana, mas, na graça divina, temos vivido no mundo, e, mais especialmente, para convosco". (II Cor. 1:12)

1. Quão poucas palavras há no mundo mais comum do que essa, a Consciência! Ela está quase na boca de todo mundo. E alguém, disso, poderia estar apto a concluir que, nenhuma palavra pode ser encontrada, que seja mais geralmente entendida. Mas pode ser duvidoso, se esse é o caso ou não; embora estudos incontáveis tenham sido escritos sobre ela. Porque é certo que uma grande parte desses escritores têm mais confundido a causa do que a esclarecido; que eles têm, usualmente, "obscurecido as deliberações por exprimirem palavras sem conhecimento".


2. O melhor tratado sobre o assunto, que eu me lembro de ter visto foi traduzido do Francês do Monsieur Placette, que descreve, de uma maneira clara e racional, a natureza e ofícios da consciência. Mas, embora ela tenha sido publicada perto de cem anos atrás, ela está em poucas mãos; e, de certo, uma grande parte desses que o têm lido, queixam-se, por fim, dele.  Um oitavo volume de diversas centenas de páginas, sobre tal assunto simples, foi, igualmente, para provar uma experiência da paciência para muitas pessoas de entendimento. Parece, entretanto, que há ainda a necessidade de um discurso sobre o tema, breve, assim como, claro. Esse, através da assistência de Deus, eu irei me esforçar para suprir, mostrando, Primeiro, a natureza da consciência, e, Então, as diversas formas dela; ao que eu devo concluir com algumas poucas direções importantes.
I. A natureza da consciência.
(1) Essa um homem muito piedoso do século passado (em seu sermão sobre a consciência universal) descreveu da seguinte maneira: — "Essa palavra, que literalmente significa, saber com o outro, e, excelentemente, demonstrada, na proposta bíblica, em (Jó 16:19) 'Eis que também, agora, aqui está a minha testemunha, no céu; e o meu fiador, nas alturas'. E também do Apóstolo, em: (Romanos 9:1) 'Em Cristo digo a verdade, (não minto), dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo'. Consciência é colocada no meio, debaixo de Deus, e acima do homem. É uma espécie de raciocínio silencioso da mente, por meio da qual, aquelas coisas, as quais são julgadas corretas, são aprovadas com prazer; mas aquelas, que são consideradas do mal, são desaprovadas com inquietude". Ela é o tribunal, no peito do homem, para acusar pecadores, e desculpar aqueles que fazem o bem. 
(2) Para vê-la, de um novo ângulo: Consciência, tanto quanto a palavra em Latim, do qual ela se origina, e da palavra Grega, "suneidhsevs", necessariamente, implica o conhecimento de duas ou mais coisas juntas: Supõe-se o conhecimento de nossas palavras e ações, e ao mesmo tempo, a bondade e maldade delas; se não, será, mais apropriadamente, a faculdade, por meio da qual, nós conhecemos, de imediato, nossas ações e as qualidades delas.
(3) Consciência, então, é aquela faculdade, pela qual nós somos - de imediato - conscientes de nossos próprios pensamentos, palavras e ações; e, do mérito e demérito deles; de serem bons ou maus; e, conseqüentemente, merecendo louvor ou censura. E alguns prazeres, geralmente, atendem a primeira sentença; algumas inquietudes, a última: Mas essas variam, excessivamente, de acordo com a educação e centena de outras circunstâncias. 
(4) Pode ser negado que alguma coisa dela é encontrada em todo homem nascido no mundo? E que ela surge, tão logo, haja entendimento; tão logo, a razão comece a manifestar-se? E que todos passam, então, a conhecer a diferença que há entre o bem e o mal; quão imperfeitas, então, as várias circunstâncias desse senso de bem e mal podem ser? E que todo o homem, por exemplo, sabe, a menos que esteja cego pelos preconceitos da educação (como os habitantes do Cabo da Boa Esperança), que é bom honrar seus pais? E que todos os homens, sejam eles mal-educados ou bárbaros, permitem que seja certo fazer, aos outros, como nós os teríamos fazendo a nós? E que todos que sabem isso, condenam, em suas próprias mentes, quando eles fazem alguma coisa contrária a esse princípio? Como, por outro lado, quando eles agem, de acordo com isso, eles têm a aprovação de suas próprias consciências?    
(5) Essa faculdade parece ser a que é, usualmente, destinada por aqueles que falam da consciência natural: uma expressão, freqüentemente, encontrada, em alguns dos nossos melhores autores, mas, ainda, não estritamente justa. Porque, embora, em um senso, ela possa ser denominada natural, porque ela é encontrada em todos os homens; ainda, propriamente, falando, ela não é natural, mas um dom supernatural de Deus, acima de todos os dons naturais dos homens. Não; não é da natureza, mas o filho de Deus que é "a luz verdadeira, a qual ilumina todo o homem que está no mundo". De forma que, nós podemos dizer para toda a criatura humana que "Ele", não a natureza, "tem mostrado a ti, ó homem, o que é bom". E é o Espírito dele que dá a ti, um testemunho interior; que causa a ti sentir-te desconfortável, quando tu caminhas, em alguma instância contrária à luz que ele tem dado a ti.  
(6) Pode ser dada uma força peculiar para aquela bonita passagem, para considerar por quem, e sobre qual ocasião as palavras foram expressas. As pessoas de quem se fala são o rei de Moab, Balaque, e Balaão, então, sob as impressões divinas (dando a impressão de "não longe do reino de Deus", embora, ele, depois disso, tenha se revoltado, tão perfidamente): Provavelmente, Balaque, também, naquele tempo, experimentou alguma coisa da mesma influência. Isso ocasionou dele consultar-se com, ou pedindo conselhos de Balaão — ao que Balaão deu uma resposta completa, à questão proposta por ele. (Miquéias 6:5) "Povo meu", diz o profeta, em nome de Deus, "lembra-te da consulta de Balaque, o rei de Moab, para que conheças as justiças do Senhor". (parece, na plenitude de seu coração) "e o que Balaão, o filho de Beor respondeu a ele, por meio do qual", disse ele, "com que me apresentarei ao Senhor e me inclinarei ante o Deus Altíssimo? Devo vir diante dele com bezerros de um ano? Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros? De dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão? O fruto do meu ventre, pelo pecada da minha alma?" (Isso, os reis de Moab tinham feito, até aquele momento, nas ocasiões de profunda aflição; um relato notável do que é registrado no terceiro capítulo, do segundo livro de Reis). Para isso, Balaão faz com que o nobre replique, (sendo, sem dúvida, então, ensinado de Deus), "Ele te mostrou, ó homem, o que é bom; e o que é que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e que andes, humildemente, com o teu Deus?".
(7) Para se ter uma visão mais distinta da consciência, ela parece ter o triplo ofício: Primeiro: Ela é testemunha — testificando o que nós temos feito, em pensamento, ou palavra ou ação. Segundo: Ela é o juiz — sentenciando no que nós temos feito, que seja bom ou mal. Terceiro: Executa a sentença — De certa forma, ocasionando um grau de complacência nele que faz o bem, e um grau de inquietude nele que faz o mal.
(8) O professor Hutcheson, recente de Glasgow, coloca a consciência em uma luz diferente. Em seu "Ensaio sobre as Paixões", ele observa que nós temos diversos sentidos, ou caminhos naturais de prazer e dor, além de cinco sentidos externos. Um desses, ele denomina de sentido publico; por meio do qual, nós somos, naturalmente, afligidos pela miséria do próximo, e agradados da sua libertação dela. E todo o homem, diz ele, tem um sentido moral; por meio do que, ele aprova a benevolência e desaprova a crueldade. Sim, ele fica desconfortável, quando ele mesmo pratica uma ação cruel, e feliz, quando faz alguma coisa generosa a alguém. 

(9) Tudo isso é, em algum senso, indubitavelmente, verdadeiro. Mas não é verdade que, tanto o sentido público, como o moral - (ambos, incluídos, no termo consciência) - sejam, agora, naturais do homem. Qualquer que possa ter sido o caso, a princípio, enquanto o homem estava, em seu estado de inocência, tanto um quanto o outro era um membro daquele dom natural de Deus, que nós, usualmente, chamamos, graça precedente. Mas o Professor, afinal, não concorda com isso. Ele coloca Deus, completamente, fora da questão. Deus não tem coisa alguma a fazer com o método dele de virtude, do começo ao fim. De modo que, para dizer a verdade, seu método de virtude é ateísmo, por completo. Isso é que é requinte, realmente! Muitos têm excluído Deus do mundo: Ele o exclui até mesmo da religião!  
(10) Mas nós não nos equivocamos com ele? Nós tomamos esse significado como certo? Que possa estar bastante claro, que nenhum homem pode enganar-se com ele, que propõe essa questão: "O que, se um homem, em praticando a virtude, que é a ação generosa de socorrer o próximo, tem um olho para Deus, como quem ordena e o recompensa por ela? Então", ele diz, "tão longe quanto ele tem um olho para Deus, a virtude da ação é perdida. Quaisquer que sejam as ações, que nasçam de um olho para a recompensa do galardão, não têm virtude, nem santidade moral nelas". Ai de mim! Esse homem foi chamado de cristão? Quão, injustamente, ele caluniou essa afirmativa! Mesmo o Dr. Taylor, embora ele não aceite que Cristo seja Deus, ainda assim, não teve escrúpulos de denominá-lo, "uma pessoa de virtude consumada". Mas o Professor não pode permitir a ele, qualquer virtude, afinal!
(11) Mas para retornar. O que é a consciência, em um sentido cristão? Ela é aquela faculdade da alma, que, pela assistência da graça de Deus, vê tudo a mesma coisa: (a) Nosso temperamento e vida — a natureza real e qualidade de pensamentos, palavras e ações; (b) As regras, por meio das quais, somos direcionados; e, (c) a concordância e discordância, com isso. Para expressar isso, um pouco mais amplamente: A consciência implica, Primeiro: na faculdade do homem conhecer a si mesmo; de discernir, em geral e, em particular, seu próprio temperamento, pensamentos, palavras e ações. Mas, isso não é possível a ele fazer, sem a assistência do Espírito Santo de Deus. Por outro lado, amor-próprio, e, de fato, todas as demais paixões irregulares, mascarariam e, completamente, o ocultariam de si mesmo. Isto implica, Segundo: em um conhecimento da regra, pela qual, ele será direcionado, em cada particular; o que é não outra coisa, do que a palavra de Deus escrita. A consciência implica, Em Terceiro Lugar: no conhecimento de que todos os seus pensamentos, palavras e ações estão, em semelhança para com essa regra. Em todos os ofícios da consciência, a "unção do Espírito Santo" é, indispensavelmente, necessária. Sem isso, nem nós podemos, claramente, discernir nossas vidas ou temperamentos; nem podemos julgar da regra, por meio da qual nós devemos caminhar, ou da conformidade ou desconformidade dela.
(12) Esse é, propriamente, o relato da boa consciência; que pode ser, em outros termos, expressa assim: a consciência divina de caminhar em todas as coisas, de acordo com a palavra escrita de Deus. Parece, de fato, que pode haver nenhuma consciência que não tenha a consideração para com Deus. Você pode dizer, "Sim, certamente, pode haver a consciência de ter feito certo ou errado, sem qualquer referência a Ele". Eu respondo que isso não tem fundamento: Eu duvido, se as mesmas palavras - certo e errado -, de acordo com o sistema cristão, não implicam, na mesma idéia delas, de consentimento ou discordância, para com a vontade e palavra de Deus. Se for assim, não há tal coisa como consciência, em um cristão, se nós deixarmos Deus fora da questão.
(13) Com o objetivo da mesma existência da boa consciência, como para a continuidade dela, a continuada influência do Espírito de Deus é, absolutamente, necessária. Concordantemente, o Apóstolo João declara para os crentes de todos os tempos: "Você tem a unção do Espírito Santo, e conhece todas as coisas". Todas as coisas que são necessárias para você ter a "consciência isenta de ofender, no que concerne a Deus, e no que concerne ao homem".  Então, ele acrescenta: "Você não precisa que alguém o ensine", a não ser, "que o ungido o ensine".  Que o ungido, claramente, ensine-nos essas três coisas: Primeiro: o verdadeiro significado da palavra de Deus; Segundo: nossas ações, para lembrar; e, Terceiro: a concordância com todos os mandamentos de Deus.  
(14) Continuando, nós podemos considerar agora:
 II. As diversas formas de consciência.    
A consciência boa já foi falada. Essa Paulo expressa de várias maneiras. Em um lugar, ele simplesmente a denomina, "a boa consciência concernente a Deus"; em outro, "a consciência isenta de ofender, no que diz respeito a Deus, e no que diz respeito ao homem". Mas ele fala ainda mais amplamente, no texto: "Nosso regozijo é esse, o testemunho de nossa consciência, que na simplicidade", com o olho único, "e sinceridade divina, nós tivemos nossa conversa no mundo".  Enquanto isso, ele observa que isso foi feito "não pela sabedoria da carne" — comumente, chamada prudência — (essa nunca pode, nem nunca poderá produzir tal efeito), "mas pela graça de Deus"; que sozinha é suficiente para operar isso em qualquer filho do homem.
(15) Proximamente, aliada a essa (se não for no mesmo lugar, em outra visão, ou um ramo particular dela) está a consciências terna. Alguém da consciência terna é exato, na observação de qualquer desvio da palavra de Deus, se em pensamento, palavra ou ação; e, imediatamente, sente remorso e se condena por isso. E o constante clamor de sua alma é:
Ó, que minha terna alma possa voar.
Á primeira aproximação da aversão do mal.
Rapidamente, como a menina dos olhos.
O toque mais leve do pecado sinta!
(16) Mas, algumas vezes, essa qualidade excelente, brandura da consciência, é levada ao extremo. Nós encontramos alguns que temem, onde não existe temor; que está continuamente condenando a si mesmos, sem causa; imaginando algumas coisas serem pecaminosas, as quais as Escrituras, em nenhum lugar, condena; e supondo outras coisas serem dever deles, as quais a Escritura, em nenhum lugar ordena. Essa é, propriamente, denominada a consciência escrupulosa, e é um mal severo. Ela é, altamente, oportuna para produzir para ele, o menos possível; mais apropriadamente, é uma questão de oração sincera, que você possa ser liberto desse mal severo, e possa reaver a mente sã; para a qual nada poderia contribuir mais, do que uma conversa com um amigo piedoso e sensato.
(17) Mas o extremo, o qual é oposto a isso, é ainda mais perigoso. A consciência endurecida é, milhares de vezes, pior do que a escrupulosa: que pode violar o mandamento claro de Deus, sem qualquer condenação própria; fazendo o que ele tem expressamente proibido, ou negligenciando o que ele tem expressamente ordenado; e, ainda, sem qualquer remorso; sim, talvez, gloriando-se, nesse mesmo coração duro! Muitos exemplos dessa estupidez deplorável nós encontramos, até o momento; mesmo, entre as pessoas que, supõem elas próprias terem não uma pequena parte da religião. A pessoa está fazendo alguma coisa que as Escrituras claramente proíbem. Você pergunta: "Como você se atreve a fazer isso?", e lhe é respondido, com a indiferença perfeita: "Ó, meu coração não me condena!". Eu replico: "Então, tanto pior. Eu iria a Deus que fez! Você poderia, então, estar em um estado mais seguro do que você está agora. É uma coisa terrível ser condenado pela palavra de Deus, e, ainda assim, não ser condenado por seu próprio coração!". Se nós podemos quebrar o menor dos mandamentos conhecidos de Deus, sem alguma condenação própria, fica claro que o deus deste mundo tem endurecido nossos corações. Se nós não nos recuperarmos logo disso, nós podemos ser completamente "destituídos de sentimentos", e nossas consciências (como Paulo fala) serão marcadas, como com um ferro quente.
(18) Eu tenho agora, apenas uma coisa para acrescentar às poucas direções importantes. O primeiro grande ponto é esse: Suponha que nós tenhamos uma consciência terna, como devemos preservá-la? Eu acredito que haja apenas um caminho possível de fazer isso, que é, obedecer a ela. Todo ato de desobediência tende a cegar e a amortecê-la; colocando-a fora de nossos olhos, para que não possa ser vista a boa e aceitável vontade de Deus; e para que o coração amortecido, não possa sentir autocondenação, quando agimos em oposição a ela. E, ao contrário, cada ato de obediência traz à consciência uma visão nítida e forte, e um rápido sentimento do que ofende a gloriosa majestade de Deus. No entanto, se você deseja ter a sua consciência rápida para discernir, e fiel para acusar ou desculpar você; se você pudesse preservá-la, sempre sensível e terna, esteja certo de obedecê-la, em todos os seus eventos; continuamente, ouvindo suas admoestações, e rapidamente as seguindo. O que quer que ela direcione a você fazer, de acordo com a palavra de Deus, faça; por mais doloroso que seja para a carne e sangue. O que quer que ela proíba, se a proibição está alicerçada na palavra de Deus, busque não fazer isso; por mais que possa satisfazer a carne e sangue. Uma ou a outra pode, freqüentemente, ser o caso. O que Deus proíbe pode ser agradável para nossa natureza maldosa: Lá, você será chamado a negar a si mesmo, ou a negar ao seu Mestre. O que alegra a Ele pode ser doloroso para a natureza: Lá, pegue a sua cruz. Então, verdadeira será a palavra de Nosso Senhor: "Exceto se um homem negar a si mesmo, e pegar a sua cruz diária, ele não poderá ser meu discípulo".
(19) Eu não posso concluir esse discurso melhor, do que com um extrato do sermão do Dr. Annesley sobre a "Consciência Universal".  (Dr. Annesley era pai de minha mãe) e foi reitor da paróquia de Cripplegate:
"Seja persuadido a praticar as seguintes direções, e sua consciência irá continuar correta":
(1) "Tenha cautela com todo pecado; não considere algum pecado pequeno; e obedeça todo o mandamento, com toda a sua força. Esteja atento contra os primeiros levantes do pecado, e tome cuidado com as fronteiras do pecado".
(2) "Considere a si mesmo, como vivendo debaixo do olho de Deus: Viva, como se na presença do Deus zeloso. Lembre-se de que todas as coisas estão nuas e abertas diante dele! Você não pode enganá-lo; porque ele tem a sabedoria infinita: Você não pode fugir para longe dele; porque ele está em todo lugar: Você não pode suborná-lo, porque ele é a própria retidão! Fale, como sabendo que Deus ouve você: Caminhe, como sabendo que Deus pode ser encontrado por você de todos os lados. O Senhor está com você, enquanto você estiver com ele: ou seja, você poderá desfrutar de sua presença benévola, enquanto você viver em sua presença maravilhosa".
(3) "Seja sério e freqüente, no exame de seu coração e vida. Existem alguns deveres, como aquelas partes do corpo, e necessidades que podem ser supridas, por outras partes: mas a necessidade disso, nada poderá suprir. Todas as noites, reveja o seu comportamento, durante o dia; o que você tem feito, ou pensado, que possa ter sido inconveniente para o seu caráter; se seu coração tem sido iminente para a religião, e indiferente para o mundo. Tenha um cuidado especial para as duas porções do tempo: ou seja, manhã e noite; de manhã, para planejar o que você tem de fazer, e, à noite ,para examinar se você fez o que deveria".
(4) "Deixe cada ação ter referência para sua vida toda, e, não, para uma parte apenas. Deixe todas as suas finalidades subordinadas serem adequadas à grande finalidade de sua vida. 'Exercite-se na santidade'. Seja tão diligente, na religião, quanto você poderia ser com seus filhos que vão à escola para aprender. Deixe que toda a sua vida seja uma preparação para o céu, como a preparação dos lutadores para o combate".
(5) "Não se arrisque no pecado, porque Cristo tem comprado um perdão; este é o mais horrível abuso de Cristo. Por esse mesmo motivo não ouve sacrifício debaixo da lei para algum pecado obstinado; para que as pessoas não pudessem pensar que elas sabem o preço do pecado, como aqueles que negociam indulgências papistas".
(6) "Seja nada a seus próprios olhos: Mesmo porque, nós devemos estar orgulhosos do que? Nossa própria concepção era pecadora, nosso nascimento doloroso, nossa vida penosa, nossa morte nós não sabemos o que! Mas tudo isso é nada para o estado de nossa alma. Se nós sabemos isso, que desculpa temos para sermos orgulhosos?".
(7) "Tome em consideração deveres, não resultados. Nós temos nada para fazer, a não ser nos dedicarmos aos nossos deveres. Todas as especulações, que não tendem para a santidade, estão entre as suas superfluidades; mas prediga o que pode sobrevir a você, em fazendo o seu dever, puder ser contado entre os seus pecados; e arriscar-se no pecado para evitar o perigo, é afundar o navio, por medo dos piratas! Ó quão calmas e santas seriam nossas vidas, tivéssemos nós aprendido aquela lição simples: — sermos cuidadosos com nada, a não ser com nossos deveres, e deixarmos todas as conseqüências para Deus! Que loucura para o tolo pó prescrever a sabedoria infinita! Deixarmos nosso trabalho vão, e interferirmos com o trabalho de Deus! Ele tem manejado os interesses do mundo, e da pessoa individual nele, sem dar motivos de queixa a ninguém, por mais de cinco mil anos. E Ele necessita de nossa deliberação agora? Não. É nosso dever planejar as nossas próprias obrigações".
(8) "Qualquer conselho que você possa dar a outro, tome para si mesmo: Os piores dos homens estão aptos, o suficiente, para deitarem responsabilidades no outro, as quais, se eles aplicassem em si mesmos, fariam deles, cristãos extraordinários".
(9) "Não faça coisa alguma, da qual você não possa orar por uma benção. Cada ação de um cristão que seja boa é santificada pela palavra e oração. Ele não se tornará um cristão fazendo alguma coisa tão desprezível, que ele não possa orar por ela. E, se você conceder uma exclamação séria sobre cada ação ocorrente, tal oração arrancará todas as coisas pecaminosas, e encorajará todas as coisas lícitas".
(10) "Pense, fale, e faça o que você está certo de que o próprio Cristo faria, no seu lugar, se ele estivesse na terra. Tornar-se um cristão, é melhor ser um exemplo para tudo, para aquele que foi, e é, e sempre será, nosso padrão absoluto. Ó cristãos, assim como Cristo, orem, e redimam o tempo por causa da oração! Como Cristo pregou, fora de cuja boca emanou, nenhuma outra, a não ser palavras graciosas? Quanto tempo Cristo gastou em discursos impertinentes? Como Cristo subiu e desceu, fazendo o bem aos homens, e o que era, ao mesmo tempo, agradável a Deus? Amado, eu recomendo a você essas quatro lembranças":
(a) "Tome em consideração seu dever":
(b) "O que é o dever de outro, no seu caso, é seu próprio dever":
(c) "Não interfira em coisa alguma, se você não puder dizer, 'a benção do Senhor está sobre mim!'":
(d) "Acima de tudo, antes esquecer de seu nome de batismo, do que esquecer de olhar para Cristo!".
"Qualquer que seja o tratamento que você encontre com o mundo, lembre-se Dele e siga os passos 'daquele que não pecou, em que nenhuma malícia foi achada em sua boca; quem, quando ultrajado, não ultrajou novamente; mas entregou a si mesmo a Ele, que julga corretamente'".

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