27/12/2012

Em defesa da verdade!


Apologética.
 Um novo grupo de pessoas esta levantando um debate acerca do verdadeiro nome do nosso Salvador. De acordo com esta nova compreensão, para nos referirmos ao Salvador não devemos utilizar o nome "Jesus", mas sim a forma original hebraica Yeshua (no hebraico צשי) ou a forma mais arcaica Yehôshua (do hebraico צשרהי), comum no período anterior ao exílio babilônico.
Os defensores desta nova compreensão argumentam que a forma latina Iesus ou Jesus é resultado de uma das muitas adulterações da Vulgata (tradução da Bíblia para o latim feito por Jerônimo no final do século V). Jerônimo teria concebido esta variação do nome do Salvador através da combinação de nomes da mitologia pagã. O nome “Jesus” seria a combinação de J (do deus romano Júpiter) e ESUS (um dos deuses da mitologia Celta).
Outro argumento contra o nome “Jesus” é que ao tomarmos a versão latina Iesus e dividirmos o nome em duas partes "Ie" e "Sus", traduzindo separadamente cada parte para o hebraico teremos uma blasfêmia. Em hebraico Ie significa “Deus” e Sus significa “Cavalo”. Portanto, ao nos referirmos ao Salvador usando o nome "Jesus", cuja raiz é Iesus, na realidade estaríamos chamando nosso Salvador de “Deus Cavalo” o que seria uma terrível blasfêmia. Segundo os defensores desta nova luz, quando alguém chama o Salvador de “Jesus” está cumprindo a profecia de Isaías 52:5: “... e o meu nome é blasfemado incessantemente todo dia”. 

O primeiro impacto prático deste novo entendimento é que estas pessoas no término de cada oração são levadas a não terminar as suas orações pedindo em “nome de Jesus”, mas sim no da forma arcaica Yehôshua.
Outra proposta deste novo entendimento é que ele não só questiona o nome de Jesus. “Mas questiona a Bíblia”. Pois ele acredita que houve muitas adulterações feitas por Jerônimo. Se a Bíblia sofreu milhares de adulterações, como podemos fundamentar nossas doutrinas sobre ela? Questiona os seguidores deste novo entendimento.
Então qual é a solução que esses sujeitos propõem? Inevitavelmente imprimir uma nova Bíblia substituindo esta adulteração de Jerônimo pelo nome original em hebraico do Salvador. Mas considerando que esta não foi à única adulteração de Jerônimo, que tal se antes da impressão da “Nova Bíblia” fosse feita uma revisão completa na Palavra de Deus e fossem retiradas todas as suas adulterações (ou pelo menos boa parte delas)? Quem sabe alguns evangelhos apócrifos que foram injustamente omitidos pelos pais da igreja católica pudessem ser incluídos... O que você acha dessa ideia? Que tal uma nova Bíblia? Falam os seguidores deste  novo entendimento.

  Segundo esta nova compreensão , o nome Jesus é uma composição de dois nomes de deuses da mitologia pagã: “J” (de Júpiter, um deus Romano) e “Esus” (um deus da mitologia Celta). Jerônimo teria feito esta composição para agradar os pagãos e trazê-los para o cristianismo. Mas uma análise mais profunda sobre esta argumentação demonstrará que ela não tem o mínimo fundamento. Primeiro, há pouco registro na literatura da mitologia sobre o deus celta Esus e não há qualquer evidência de que ele fosse conhecido no império Romano. Os deuses mais conhecidos eram os deuses da mitologia grega e romana, não os da mitologia celta. Segundo, por que o J significa Júpiter? Por que não Juno, filha de Saturno e irmã de Júpiter? Por que o J não é de Jumata, deus da mitologia Fino-Húngara, que era o Deus do Céu e do Trovão? Enfim, por que o J de Jesus é o mesmo J de Júpiter e não das outras dezenas ou centenas de personagens e deuses mitológicos que começam com a letra J? Outra questão relevante: Por que dissociar a letra J da letra E? Por que usar na composição do nome Jesus um deus desconhecido dos romanos (Esus)? Terceiro, a lista de deuses e personagens mitológicos é imensa. Dada qualquer sílaba, não é difícil encontrar personagens da mitologia cujo nome inicia com esta sílaba. Vamos citar alguns exemplos compondo alguns nomes próprios através da primeira sílaba do nome de alguns deuses e personagens mitológicos.


Silvia = SIL (Silvano, filho de Saturno, Deus das Florestas) + VIA (Viales, divindade que presidia as estradas)
Nelson = NEL (Neleu, filho de Netuno) + SON (Sono, filho de Érebo que habita numa sombria caverna rodeado de Sonhos, que são divindades infernais com asas de morcego).


Perceba que há inúmeras possibilidades de compor nomes próprios usando a primeira sílaba de deuses e personagens mitológicos. Mas quando tentamos encontrar uma combinação para o nome “Jesus”, encontramos problemas na segunda sílaba "sus", pois não há nenhum deus ou personagem mitológico que comece com "sus". Portanto, para dar certo a combinação, dividiram de propósito as sílabas do nome Jesus da seguinte forma: j-esus. Claramente uma manobra premeditada para associar o nome de Jesus a divindades mitológicas (assim como fizemos nos exemplos acima).
Portanto, alegar que a intenção de Jerônimo ao denominar o Salvador de Iesus era compor o nome de Júpiter e Esus não tem nenhum fundamento histórico ou lógico.
Da mesma forma, dividir a palavra “IESUS” em duas partes e traduzir cada parte para o hebraico a fim de dar um significado novo à palavra é um artifício sem qualquer fundamento e não prova absolutamente nada. Uma palavra pode ter vários significados em um idioma. Manga, por exemplo, pode significar a fruta produzida pela mangueira e a parte da camisa que cobre os braços. Mas "manga" em outros idiomas tem, obviamente, outros significados. Em japonês, por exemplo, "manga" (pronuncia-se mangá) é revista em quadrinhos (o nosso gibi). Interpretar nomes ou pedaços de nomes em outros idiomas com o objetivo de conseguir atribuir novos significados para o nome original, não parece fazer qualquer sentido, a única coisa que se consegue são resultados absurdos.
Neste ponto, muitos estão se perguntando qual seria a tradução correta do nome Yehôshua (צשרהי) ou Yeshua (צשי) para a língua portuguesa. Na realidade nomes próprios não se traduzem.
Então isto significa que quando formos escrever o nome do Salvador devemos simplesmente escrever צשרהי? É lógico que não! Quando a língua original do nome próprio usar um conjunto de caracteres diferente do nosso, então se processa o que chamamos de transliteração. Transliteração é a “tradução” letra por letra (ou fonema por fonema) de um conjunto de caracteres para outro. Idiomas como o inglês, espanhol e italiano usam o mesmo conjunto de caracteres que o português (A, B, C, etc...), portanto não há transliteração entre palavras destes idiomas; mas idiomas como o árabe, japonês e grego usam outros conjuntos de caracteres. Nestes casos utilizamos a transliteração para podermos representar em nosso conjunto de caracteres nomes próprios escritos originalmente em outro conjunto de caracteres.
As regras de transliteração não são complicadas. Vamos tomar como exemplo o conjunto de caracteres gregos: α (alfa), β (beta), γ (gama), δ (delta), e assim por diante. Numa transliteração de nomes escritos com caracteres gregos, cada letra grega é substituída por uma letra do conjunto de caracteres latinos. Por exemplo, a letra α (alfa) seria transliterada para a letra “A”, a letra β (beta) seria transliterada para a letra B, e assim por diante.
Como Jerônimo transliterou o nome do Salvador do original grego para o latim?

 No original grego o nome do Salvador está escrito da seguinte forma: Ιησους.




Letra Grega

Nome da Letra Grega

Letra Latina Correspondente
Ι
Iota
I
η
Eta
E
σ
Sigma
S
ο
Ômicrom
O(*)
υ
Upsilon ou Ípsilon
U
ς
Sigma (**)
S(**)





No grego o ditongo ου (ou) pronuncia-se u.
Ambas σ e ς são representações válidas da letra grega sigma.
Dai notamos que o nome "Jesus" é resultado da transliteração pura e simples do original grego Ιησους (pronuncia-se Iesus), contradizendo a hipótese de que o nome "Jesus" originou-se através de uma tentativa mal intencionada de Jerônimo no século V.
Para definitivamente remover qualquer dúvida sobre o assunto, basta consultar a versão Septuaginta (LXX), uma tradução do Velho Testamento feita por setenta mestres judeus no segundo século antes de Cristo. Eles traduziram o Velho Testamento do hebraico para o grego a fim de atingir os judeus da dispersão. (Lembre-se que o grego era a língua mais falada no império Romano). Nesta versão o nome de Josué, que em hebraico se escreve Yehôshua (צשרהי), foi transliterado para o grego exatamente da mesma forma que o nome de Jesus no Novo Testamento, ou seja, Ιησουσ (Iesus).

Os sábios judeus transliteraram a letra hebraica ש (shin) para a letra grega σ (sigma). A transliteração de "shin" para "sigma" foi feita em outros casos. Veja a tabela abaixo:


Nome em Português
No Hebraico[1]
Transliteração na LXX
Transliteração para caracteres latinos
Esaú
דשע (`Esav)
esαn
Esau
Sete
םש (Shen)
shq
Seth
Moisés
השמ (Mosheh)
mwushs
Moises
Isaías
היעשי (Yeshayah)
hsαiαs
Esaias
Oséias
עשדה (Howshea)
wshe
Hosee



Analisando os exemplos acima, podemos perceber que os sábios judeus que traduziram o Velho Testamento para o grego transliteraram a letra hebraica shin (ש) para a letra grega sigma (s). É importante ressaltar que na transliteração de um conjunto de caracteres para outro, nem sempre a pronúncia original é mantida. Isto ocorre porque nem todos os fonemas de um idioma têm representação gráfica e podem ser devidamente pronunciados em outro idioma.
Da análise destes fatos concluímos que a forma Ιησους (Iesus ou Jesus) é totalmente adequada para nos referirmos ao nosso Salvador e nada há de blasfêmia colocada por Jerônimo.

Os defensores da nova doutrina de Yeshua sabem perfeitamente que a transliteração do nome do Salvador do alfabeto grego para o alfabeto latino é Iesus ou Jesus. Por esta razão argumentam que o Novo Testamento foi originalmente escrito em hebraico e não em grego.
Tal hipótese, no entanto, não é aceita pelos historiadores, arqueólogos, teólogos ou qualquer outra pessoa que conheça a evolução da cultura greco-romana. O aramaico, língua em que Jesus pregou, é derivada do hebraico e era falada apenas em Jerusalém. O grego era a língua mais difundida no Império Romano na época de Cristo
Devemos lembrar que o “hebraico puro” do Velho Testamento não era mais falado pelo povo na época de Cristo. Apenas os doutores da lei dominavam o conhecimento desta língua o que era falado era o aramaico. É simplesmente inconcebível admitir e defender a hipótese de que Paulo, ao escrever aos Filipenses, Tessalonicenses, Colossenses, Gálatas e Efésios, tenha usado a língua hebraica. Filipos, Tessalônica, Colossos, Galácia e Éfeso eram regiões onde se falava o grego.
Por trás deste debate estão as astutas ciladas do Diabo.  Quem aceita esta nova proposta acaba colocando em dúvida toda a integridade Palavra de Deus. Note que os defensores desta Nova doutrina em geral, afirmam que esta suposta adulteração feita por Jerônimo não foi a única – houve inúmeras, talvez milhares delas em todo o Livro Sagrado, alegam eles. A partir daí, passamos a questionar não apenas o nome “Jesus”, mas todo o Livro Sagrado.

Perceba a forma astuta e sutil através da qual Satanás tenta golpear a Palavra de Deus.  A Reforma da Bíblia! “Vamos reformar o que está errado na Bíblia. E que tal se começarmos omitindo o detestável nome de Jesus?”, propõe o inimigo. Em apenas um golpe Satanás tenta ferir seus dois maiores e mais poderosos inimigos: A Palavra de Deus e o Nome de Jesus. Ambos têm muito poder e têm sido um enorme incômodo para o adversário das almas ao longo de séculos.
Cabe a todos nós o mesmo conselho de Paulo ao jovem Timóteo:
"Como te roguei, quando partia para a Macedônia, que ficasse em Éfeso, para advertires a alguns que não ensinassem doutrina diversa, nem se preocupassem com fábulas ou genealogias intermináveis, pois que produzem antes discussões que edificação para com Deus, que se funda na fé. Mas o fim desta admoestação é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência, e de uma fé não fingida, das quais coisas alguns se desviaram, e se entregaram a discursos vãos, querendo ser doutores da lei, embora não entendam nem o que dizem nem o que com tanta confiança afirmam." - I Tim. 1:3-7
Que as fábulas, mitologias, e novas luzes não nos façam rebaixar aquilo que Deus exaltou:
"Pelo que também Deus O exaltou soberanamente e Lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos Céus, e na Terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai." - Filip. 2:9-11.
Que cada servo fiel possa glorificar o nome do seu Salvador não apenas em palavras, mas através de atos de fé semelhantes aos de Jesus:
Pelo que também rogamos sempre por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação, e cumpra com poder todo desejo de bondade e toda obra de fé. Para que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo. - II Tes. 1:11 e 12.




Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei.

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