Por Reverendo John
Wesley
'E, pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está
de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis discernir a face do céu, e não
conheceis os sinais dos tempos?' (Mateus 16:3)
1. A passagem inteira discorre assim: 'E os
fariseus e os saduceus, aproximando-se, para o tentarem, pediram-lhe que lhes
mostrasse algum sinal do céu. Mas Ele, respondendo, disse-lhes: Quando é
chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro. E, pela
manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio.
Hipócritas, sabeis discernir a face do céu, e não conheceis os sinais dos
tempos?' (Mateus 16:1-3)
2. 'Os fariseus vieram também com os saduceus'. Em geral, esses eram, completamente opostos, um ao outro: mas não é uma coisa incomum para os filhos do mundo, colocar aparte a oposição de um para com o outro, (ao menos, por um tempo), e uni-los cordialmente em oposição aos filhos de Deus. 'E tentaram'; ou seja, fizeram uma prova, se Ele realmente tinha sido enviado de Deus; 'e pediram a Ele que mostrasse os sinais dos céus'; o que eles acreditavam que nenhum falso profeta seria capaz de fazer. Não é improvável que eles tenham imaginado que isto iria convencê-los, de que Ele era realmente enviado de Deus. 'Mas Ele, respondendo, disse-lhes: Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro. E, pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio'. Provavelmente, existiram mais sinais do bom e mau tempo no clima deles, do que no nosso. 'Ó, vocês, hipócritas'; fazendo declarações de amor, enquanto vocês têm inimizade em seus corações; vocês podem discernir a face do céu', e julgar, por meio disto, como o tempo será; 'mas vocês não podem discernir os sinais dos tempos', quando Deus traz seu Primogênito para mundo?
2. 'Os fariseus vieram também com os saduceus'. Em geral, esses eram, completamente opostos, um ao outro: mas não é uma coisa incomum para os filhos do mundo, colocar aparte a oposição de um para com o outro, (ao menos, por um tempo), e uni-los cordialmente em oposição aos filhos de Deus. 'E tentaram'; ou seja, fizeram uma prova, se Ele realmente tinha sido enviado de Deus; 'e pediram a Ele que mostrasse os sinais dos céus'; o que eles acreditavam que nenhum falso profeta seria capaz de fazer. Não é improvável que eles tenham imaginado que isto iria convencê-los, de que Ele era realmente enviado de Deus. 'Mas Ele, respondendo, disse-lhes: Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro. E, pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio'. Provavelmente, existiram mais sinais do bom e mau tempo no clima deles, do que no nosso. 'Ó, vocês, hipócritas'; fazendo declarações de amor, enquanto vocês têm inimizade em seus corações; vocês podem discernir a face do céu', e julgar, por meio disto, como o tempo será; 'mas vocês não podem discernir os sinais dos tempos', quando Deus traz seu Primogênito para mundo?
3. Vamos inquirir mais particularmente:
- Primeiro, quais foram os tempos, sobre os quais nosso Senhor fala aqui; e quais foram os sinais, por meio dos quais, aqueles tempos deveriam ser distinguidos de outros? Nós podemos, então, inquirir:
- Em Segundo Lugar, quais são os tempos que nós temos razão para acreditar estão agora à mão; e como é que, aqueles que são chamados de cristãos, não discernem os sinais desses tempos?
1. Vamos inquirir, em Primeiro Lugar: Que
tempos eram aqueles, dos quais nosso Senhor está falando? É fácil responder: os
tempos do Messias; os tempos ordenados, antes da fundação do mundo, em que Deus
se agradou de dar seu único filho, Primogênito, para tomar nossa natureza sobre
ele, e ser 'encontrado, de tal maneira, como um homem'. Para viver uma
vida de tristeza e dor; e, finalmente, ser 'obediente à morte, mesmo à morte
na cruz', para que 'todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a
vida eterna'. Este foi o importante tempo dos sinais, os quais os fariseus
e saduceus não puderam discernir. Perspicazes, como eles eram em si mesmos,
ainda assim, havia um véu tão espesso sobre os corações desses homens,
que eles não puderam discernir os sinais de sua chegada, embora predita, há
tanto tempo.
2. Mas quais foram esses sinais da vinda do Justo,
que, há tanto tempo e tão claramente têm sido preditos, e por meio dos
quais, eles poderiam facilmente ter discernido, não tivesse o véu estado em
seus corações? Eles são muitos em números; mas pode ser suficiente mencionar
alguns poucos deles. Um dos primeiros é aquele apresentado nas solenes palavras
faladas por Jacó, pouco antes de sua morte: (Gênesis 49:10) 'O
cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha
Siló; e a ele se congregarão os povos'. Todos, ambos os judeus antigos e os
modernos, concordam, que através de Siló, nós entenderíamos o Messias; que
estava, por conseguinte, para vir, de acordo com a profecia, 'antes que o cetro',
ou seja, a autoridade soberana 'partisse de Judá'. Mas, sem
controvérsia, ele partiu de Judá, naquele mesmo tempo; -- um sinal infalível de
que naquele mesmo tempo, Siló, ou seja, o Messias, viria.
3. Um segundo eminente sinal daqueles tempos, os tempos
da vinda do Messias, nos é dado no terceiro capítulo da profecia de Malaquias: 'Eis
que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; e de
repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da
aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos' (Malaquias
3:1). Quão manifestamente foi isso cumprido, primeiro, pela vinda de
João Batista; e, então, pelo nosso abençoado Senhor, 'vindo, de
repente, ao seu templo!'. E que sinal poderia ser mais claro para esses que
consideraram imparcialmente as palavras do profeta Isaias: (Isaías
40:3) 'Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor;
endireitai, no ermo, a vereda a nosso Deus'.
4. Porém, sinais ainda mais claros do que esses (se algum
pode ser mais claro) foram as obras poderosas que ele realizou. Na verdade, ele
mesmo declara: 'As obras que eu faço, elas me testificam'.E, para essas,
ele explicitamente apela em sua resposta à pergunta de João Batista; (não
proposta, como alguns têm estranhamente imaginado, de alguma dúvida que ele
mesmo tivesse; mas de um desejo de confirmar seus discípulos, que possivelmente
poderiam oscilar, quando seu Mestre fosse tirado do comando): ´'És tu que
deverias vir', o Messias? Ou procuramos por outro?'. Não uma
mera resposta verbal poderia ter sido tão convincente, como a que eles viram
com seus próprios olhos. Jesus, entretanto, referiu-se a eles para esse
testemunho: 'E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as
coisas que ouvis e vedes: Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são
limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é
anunciado o evangelho' (Mateus 11:4-5)
5. Mas como é, então, que aqueles que eram tão
perspicazes em outras coisas; que podiam 'discernir a face do céu', eram
tão incapazes de discernir aqueles sinais que indicavam a vinda do Messias?
Eles não puderam discerni-los, não pela falta de evidência – esta era completa
e clara, -- mas pela necessidade de integridade em si mesmos; porque eles eram
uma 'geração má e adúltera'; porque a perversidade de seus corações
espalhou uma nuvem sobre o entendimento deles. Portanto, embora do Sol da
Retidão brilhasse forte, ainda assim, eles eram insensíveis a ele. Eles não
estavam dispostos a serem convencidos: Assim sendo, eles permaneceram na
ignorância. A luz era suficiente; mas eles fecharam seus olhos, para que não
pudessem vê-la: de modo que, não houve desculpa, até que a vingança veio ao
extremo sobre eles.
II
1. Nós vamos, em Segundo lugar, considerar quais são
os tempos que nós temos razão para acreditar, estão agora à mão? E como é que
todos aqueles que são chamados cristãos não conseguem discernir os sinais
desses tempos?
Os tempos que nós temos razão para acreditar que estejam à
mão (se eles ainda não começaram) são os que muitos homens devotos denominaram
de o tempo da 'glória dos últimos dias'; --- significando o tempo em que
Deus iria gloriosamente dispor seu poder e amor, no cumprimento de sua graciosa
promessa, para que 'o conhecimento do Senhor possa cobrir a terra, como as
águas cobrem o mar'.
2. 'Mas existem, na Inglaterra, ou em qualquer
parte do mundo, alguns sinais dos tempos se aproximando?'. Não faz muitos
anos, que uma pessoa de considerável cultura, tanto quanto eminência na igreja
(então, bispo de Londres), em sua carta circular à sua diocese, fez essa
observação: 'Eu não posso imaginar o que as pessoas querem dizer, falando de
uma grande obra de Deus nesse tempo. Eu não vejo qualquer obra de Deus agora,
mais do que tem sido, em qualquer outro tempo!'. Eu creio: Eu creio que
aquele grande homem não viu qualquer obra extraordinária de Deus. Nem ele, nem
a generalidade dos cristãos, assim chamados, viram alguns sinais do dia
gloriosos que se aproxima. Mas como isto deve ser considerado? Como é que
aqueles que podem agora 'discernir a face do céu', que não são apenas
grandes filósofos, mas grandes homens de Deus, tão eminentes quanto os
saduceus; sim, quanto os fariseus sempre foram, não discernem os sinais
daqueles tempos gloriosos, que, se não começaram, estão quase à porta?
3. Nós compreendemos que, de fato, em todas as épocas
da igreja, 'o reino de Deus não veio com contemplação', com esplendor e
pompa, ou com algumas das circunstâncias exteriores, que usualmente atendem aos
reinos desse mundo. Nós compreendemos que esse 'reino de Deus está dentro de
nós'; e que, conseqüentemente, quando ele começa, tanto em um indivíduo,
quanto em uma nação, ele 'é como a semente do grão de mostarda', que,
primeiro, 'é a menor das sementes', mas, não obstante, gradualmente
aumenta, até que se 'torna uma árvore grande'. Ou, para usar de
outra comparação de nosso Senhor, em(Mateus 13:33) 'O reino dos céus
é semelhante ao fermento, que uma mulher toma e introduz em três medidas de
farinha, até que tudo esteja levedado'.
4. Mas, não pode ser perguntado, 'Existem alguns
sinais agora, de que o dia do poder de Deus esteja se aproximando?'. Eu
apelo a toda pessoa lúcida e sem preconceito, se nós não podemos, nesse
momento, discernir todos esses sinais, (entendendo as palavras em um sentido
espiritual), aos quais nosso Senhor se referiu aos discípulos de João?
'Os cegos recebem o sinal deles': Aqueles que
eram cegos de nascença, incapazes de verem seus próprios estados deploráveis, e
muito mais de verem a Deus, e o remédio que Ele preparou para eles no Filho do
Seu amor, agora vêem a si mesmos; sim, e vêem 'a luz da glória de Deus, na
face de Jesus Cristo'. Os olhos do entendimento deles, estando agora
abertos, eles vêm todas as coisas claramente. --
'Os surdos ouvem': Aqueles que eram antes
extremamente surdos para todos os chamados exteriores e interiores de Deus,
agora ouvem; não apenas seus chamados providenciais, mas também os sussurros de
Sua graça. –
'Os coxos andam: Aqueles que nunca antes se
ergueram da terra, ou deram um passo, em direção aos céus, agora caminham em
todos os caminhos de Deus: sim; 'correndo a corrida que se coloca diante
deles' --
'Os impuros são limpos': Aqueles que estavam
mortalmente sujos pelo pecado, que eles trouxeram consigo para o mundo, e que
nenhuma façanha do homem pode curar, é agora limpo completamente. E certamente
nunca, em qualquer época ou nação, desde os Apóstolos, essas palavras foram tão
eminentemente cumpridas, 'Os pobres têm o Evangelho pregado a eles', como
nesses dias. Nesses dias, a levedura do Evangelho, a fé operada pelo amor, --
santidade interior ou exterior, -- ou (para usar o termo de Paulo), 'retidão,
paz e alegria no Espírito Santo',-- tem se espalhado tanto, em várias
partes da Europa, particularmente, na Inglaterra, Escócia, Irlanda, nas ilhas,
no norte s sul, da Geórgia, à Nova Inglaterra, e Terra Nova, que os pecadores
têm se convertido verdadeiramente para Deus; completamente mudados no coração e
na vida; não através de dezenas, ou centenas, mas através de milhares, sim,
miríades! O fato não pode ser negado: nós podemos indicar as pessoas, com seus
nomes e lugares de moradia. E, ainda assim, os homens sábios do mundo, os
homens de eminência, os homens de aprendizado e renome, 'não podem imaginar
o que nós queremos dizer, por falarmos de alguma obra extraordinária de Deus!'.
Eles não podem discernir os sinais desses tempos! Eles não podem ver sinal
algum, afinal, de Deus se levantando, para manter sua própria causa, e
estabelecer seu reino sobre a terra!
5. Mas como isto pode ser levado em conta? Como é que
eles não podem discernir os sinais desses tempos? Nós podemos considerar a
vontade de discernimento deles sobre o mesmo princípio que nós consideramos
aquele dos fariseus e saduceus; ou seja, que eles são, igualmente, o que
aqueles eram, uma 'geração adúltera e pecadora'. Se os olhos deles
fossem puros, todo o corpo deles seria cheio de luz: mas supondo-se que os
olhos deles sejam maus, todo o seu corpo deverá ser cheio de escuridão. Todo
temperamento mau escurece a alma; toda paixão má anuvia o entendimento. Como,
então, podemos esperar que, os que estão cheios de toda paixão desordenada, e
escravos de todo temperamento pecaminoso, sejam capazes de discernir os sinais
dos tempos?
Mas este é realmente o caso. Eles estão cheios de orgulho:
Eles pensam em si mesmos, muito mais além do que deveriam pensar. Eles são
vãos: Eles 'buscam a honra um do outro, e não a honra que vem de Deus
apenas'. Eles afagam o ódio e a malícia em seus corações: eles dão lugar à
ira, à inveja e à vingança: Eles pagam o mal com o mal, e ódio com ódio. Eles
não têm escrúpulos em pleitear olho por olho, dente por dente, em vez de
sobrepujarem o mal com o bem. Eles 'saboreiam não as coisas que são de Deus,
mas as coisas que são de homens'. Eles estabelecem suas afeições, não nas
coisas acima, mas nas coisas que estão na terra. Eles 'amam a criatura mais
do que o Criador'. Eles são 'amantes do prazer, mais do que amantes de
Deus'. Como, então, eles deveriam discernir os sinais dos tempos? O deus
desse mundo, a quem eles servem, tem cegado seus corações, e coberto suas
mentes com o véu espesso da escuridão. Ai de mim! O que essas 'almas de
carne e sangue' (como alguém fala) têm a ver com Deus, ou com as coisas de
Deus?
6. João afirma essa mesma razão para os judeus não
entenderem as coisas de Deus, ou seja, que em conseqüência de seus pecados
precedentes, e de terem terrivelmente rejeitado a luz, Deus os entregou a
satanás, que os cegou, sem esperança. Repetidas vezes, quando eles poderiam ter
visto, eles não puderam; eles fecharam seus olhos à luz: e, agora, eles não
podem ver, já que Deus os entregou a uma mente sem discernimento: portanto,
eles não acreditaram, pelo que Isaias disse (ou seja, por causa da razão dada
naquele dizer de Isaias) 'Ele tem cegado seus olhos, e endurecido seus
corações de modo que eles não podem ver com seus olhos, nem entender com seus
corações, e serem convertidos, e eu possa curá-los'. (Isaías 44:18)
– 'Nada sabem, nem entendem; porque tapou os olhos para que não vejam, e os
seus corações para que não entendam'. O significado claro é que Deus não
fez isto através de seu próprio poder imediato – seria uma blasfêmia vulgar
dizer que Deus, nesse sentido, endurece algum homem; mas seu Espírito não mais
se empenha com eles, e, então, Satanás os endurece efetivamente.
7. E, como foi com eles, nos tempos antigos, assim é,
com a presente geração. Milhares daqueles que carregam o nome de Cristo, estão
agora entregues a uma mente sem discernimento. O deus do mundo tem cegado tanto
seus olhos, que a luz não pode brilhar sobre eles; de modo que eles não podem
discernir os sinais dos tempos, não mais do que os fariseus e saduceus puderam
no passado. Um exemplo maravilhoso dessa cegueira espiritual, dessa total
inabilidade de discernir os sinais dos tempos, mencionados nas Escrituras, nos
é dado no mesmo trabalho célebre de um recente escritor eminente, que supõe que
a Nova Jerusalém desceu dos céus, quando Constantino, o Grande, chamou a si
mesmo de cristão. Eu digo, chamou a si mesmo de cristão; porque eu não me
atrevo a afirmar que ele foi um; não mais do que Peter, o Grande. Eu não posso
deixar de acreditar, que ele teria chegado perto disto, se tivesse dito que foi
no tempo, quando uma nuvem enorme de enxofre infernal e fumaça saiu do abismo
sem fim! Porque, certamente, nunca houve um tempo, em que satanás teve tão
fatal vantagem sobre a Igreja de Cristo, quando tal inundação de ricos,
honrados e poderosos irrompeu, particularmente, no Clero!
8. Pela mesma regra, quais sinais esse escritor teria
esperado da conversa similar dos pagãos? Ele teria, sem dúvida, esperado um
herói, parecido com Charles da Suécia, ou Frederico da Prússia, para levar
fogo, espada e Cristianismo, através de todas as nações imediatamente! E não
pode ser negado, que, desde os tempos de Constantino, muitas nações têm sido
convertidas dessa maneira. Mas pode ser dito, concernente a tais conversas como
essas, que: 'O Reino dos céus não se aproxima com cautela?'. Certamente,
todos podemos observar um guerreiro atravessando a terra, no comando de
cinqüenta a sessenta mil homens! Mas é este o caminho, para se espalhar o
Cristianismo, que o autor dele, o Príncipe da Paz, tem escolhido? Não. Não é
dessa maneira, que a semente de um grão de mostarda se transforma numa grande
árvore. Não é assim que um pouco de fermento levada toda a farinha. Antes, ele
se espalha devagar, mais e mais, até que tudo esteja levedado. Nós podemos
formar um julgamento do que irá acontecer, daqui a diante, através do que já
temos presenciado. E este é o caminho, no qual, a verdadeira religião cristã, a
fé que é operada pelo amor, tem sido espalhada, particularmente, através da
Grã-Bretanha, e suas dependências, por meio século.
9. Da mesma maneira, ela continua a se espalhar, no
momento presente, como facilmente pode parecer para todos aqueles cujos olhos
estão cegos. Todos esses que experimentam, em seus corações, o poder de Deus,
na salvação, irão, prontamente, perceber como a mesma religião que eles
desfrutam, é ainda espalhada de coração para coração. Eles reconhecem a mesma
graça de Deus, fortemente e suavemente, operando de todos os lados; e
regozijam-se de encontrar um ou outro pecador, primeiro inquirindo, 'O que
devo fazer para ser salvo?', – e, então, testificando, 'Minha alma
exalta o Senhor, e meu espírito regozija-se em Deus, meu Salvador'. Sobre
uma inquisição sincera e clara, eles se certificam, mais e mais, não apenas
daqueles que tinham alguma forma de religião, mas daqueles que não tinham
forma, afinal, e que eram pecadores dissolutos e abandonados, agora,
inteiramente mudados, verdadeiramente temendo a Deus, e operando retidão. Eles
observam, mais e mais, que, até mesmo esses pobres homens proscritos, estão
mudados, interiormente e exteriormente; amando a Deus e seu próximo; vivendo na
prática da justiça, misericórdia e verdade uniforme; e, quando têm tempo,
fazendo o bem a todos os homens; tranqüilos e felizes em suas vidas, e
triunfantes na morte.
10. Que desculpa, então, aquele que acredita que as
Escrituras sejam a Palavra de Deus, tem para não discernir os sinais desses
tempos, como preparatório para o chamado geral dos pagãos? O que Deus
poderia ter feito, que ele ainda não fez, para convencer vocês de que o dia está
chegando, que o tempo está à mão, quando Ele irá cumprir Suas gloriosas
promessas; quando Ele se erguerá para manter sua própria causa, e estabelecer
seu reino sobre toda a terra? O que, realmente, a menos que ele tivesse forçado
vocês a acreditarem? E isto ele não faria, sem destruir a natureza que Ele deu
a vocês: Já que Ele fez de vocês agentes livres, tendo um poder interior de
autodeterminação, que é essencial para a natureza de si mesmos. E Ele dialoga
com vocês, como agentes livres, do começo ao fim. Como tais, vocês podem fechar
ou abrir seus olhos, como quiserem. Vocês têm suficiente luz brilhando ao redor
de vocês; ainda assim, vocês não precisam vê-la, a menos que queiram. Mas
estejam certos de que Deus não está feliz com o fato de vocês fecharem seus
olhos, e dizerem, 'Eu não posso ver'. Eu aconselho vocês a fazerem um
exame imparcial sobre todo o assunto. Depois de um claro questionamento sobre o
problema, considerem profundamente, 'O que Deus tem feito?'. 'Quem poderá
ver tal coisa? Quem poderá ouvir tal coisa?'. Terá a nação, como ela está,
se 'formado em um só dia'? Quão rápido, assim como, quão profundo, e
quão extensivo trabalho tem sido forjado na presente época! E, certamente, 'não
pela força, nem pelo poder, mas através do Espírito do Senhor'. Porque quão
extremamente inadequados foram os meios! Quão insuficientes foram os
instrumentos para operar tal efeito; -- pelo menos, aqueles que agradou a Deus
fazer uso nos domínios britânicos na América! Porém, quão inauspiciosos
instrumentos Deus tem se agradado de operar desde o início! 'Alguns poucos
obstinados', disse o bispo de Londres, 'o que eles podem pretender
fazer?'. Eles pretenderam ser na mão de Deus, o que a caneta é na mão de um
homem. Eles pretenderam, (e assim o fazem até hoje) fazer a obra para a qual
eles foram enviados; fazer justo o que agrada a Deus. E, se é do Seu prazer,
derrubar as muralhas de Jericó, as fortalezas de satanás, não através dos
mecanismos da guerra, mas através do sopro de chifres de carneiros, quem deverá
dizer junto a Ele,'O que tu fazes!'.
11. Nesse meio tempo, 'abençoados sejam seus
olhos, porque eles vêm: muitos profetas e homens retos têm desejado ver as
coisas que vocês vêem, e não têm visto, e ouvir as coisas que vocês ouvem, e
não têm ouvido'. Vocês vêem e reconhecem o dia de sua visitação; tal
visitação, como nunca vocês, nem seus antepassados conheceram. Vocês podem bem
dizer, 'Este é o dia que o Senhor fez; Ele irá se regozijar e estar
satisfeito nele'. Vocês vêem a alvorada daquele dia glorioso, do qual todos
os profetas têm falado. E quão vocês deverão mais efetivamente melhorar esse
dia de sua visitação?
12. O primeiro ponto é ver que vocês mesmos não
receberam a bênção de Deus em vão. Comecem pela raiz, se vocês ainda não o
fizeram. Agora se arrependam e acreditem no Evangelho! Se vocês têm acreditado,
'cuidem, para que não percam o que têm feito, mas para que receberam a
recompensa completa! Estimulem o dom de Deus que está em vocês. Caminhem na
luz, como Ele está na luz. E, enquanto vocês 'seguram firmes o que vocês
obtiveram, sigam para a perfeição'. Sim, e quando vocês 'forem feitos
perfeitos no amor', não obstante, 'esquecendo-se deles que estão atrás,
pressionem para a marca, para o prêmio do alto chamado de Deus em Jesus
Cristo'.
13. No próximo passo, cabe a vocês auxiliarem o seu
próximo. 'Permitam que a luz de vocês brilhe, de tal maneira diante de
homens, que eles possam ver suas boas obras, e possam glorificar seu Pai que
está nos céus'. Quando tiverem tempo, façam o bem a todos os homens; mas,
especialmente, àqueles que são familiarizados da fé. Proclamem as boas novas da
salvação, prontas a serem reveladas, não apenas para aqueles de sua própria
casa; não apenas para os seus parentes, amigos, e conhecidos, mas para todos
que Deus, providencialmente, entrega em suas mãos! 'Sim', aqueles que já
sabem em quem eles têm crido, 'que são o sal da terra'. Trabalhem para
temperarem, com o conhecimento e amor de Deus, todos com os quais têm algum
intercurso! 'Vocês são como a cidade, situada encima de uma colina';
vocês não podem, e não devem ser ocultados. Vocês são a luz do mundo: os
homens não acendem a candeia e a colocam debaixo do alqueire' (Mateus
5:15); quanto menos, o Deus de toda sabedoria! Não; que ela brilhe para
todos que estão na casa; todos que são testemunhas de sua vida e conversa.
Acima de tudo, continuem em oração constante, por si mesmos, por toda a igreja
de Deus, e por todos os filhos dos homens, para que eles possam se lembrar de
si mesmos, e voltar para nosso Deus; para que eles possam igualmente alegrar-se
no Evangelho, abençoando a terra, e a glória de Deus no céu!
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