Por Fabio Alves
Uma cosmovisão dogmática parte necessariamente de uma
atitude de fé. A modernidade trouxe para nós uma visão dentro do campo das
ciências humanas e exatas em que o pensamento e ação humana devem ser tratados
dentro da dimensão científica e filosófica e que por fim, tudo deve ser
submetido à razão científica. Esta lógica parte da idéia da auto-suficiência do
homem e que tudo é previsível conforme se desenvolve a ciência. Freitas fala o
seguinte sobre este tema:
“Essa presença firme da lógica científica na ação educativa
e em todos os domínios da vida social caracteriza a modernidade como um período
da história da humanidade marcada pela confiança e pela fé sem limites na
razão.” (FREITAS, 2010)
A fé como podemos ver não faz só parte do campo das
religiões, mas também do campo da ciência, porém na modernidade ela ganha novos
aspectos que estão sendo desenvolvidos no tempo que estamos vivendo.
A fé científica é diferente da fé do teísmo Cristão ou da fé comum que podemos observar
no conjunto das sociedades e também no conjunto das religiões. Porém, a mesma
não deixa de ser dogmática e trazer elementos de convicção, certeza, e
confiança naquilo em que ela acredita.
“Se acredita que a verdade é produto do desvendamento
racional dos mistérios da natureza,da vida, da existência e do homem.”
(FREITAS, 2010)
Ou seja, tem-se fé de que algo, para ser verdade deve ser
provado pelos sentidos e comprovados pela pesquisa e explicada pela razão. A fé
depositada numa verdade científica por mais que em muitos casos faça afirmações
é temporal, dura o tempo que outra tese a desbanque, conforme Freitas citando
Karl Popper :
“Uma teoria é verdade até que seja contestada, mostrando-se
sua falsidade, suas falhas, seus limites. Popper destaca, assim, a condição
transitória da validade de uma teoria científica.” (FREITAS, 2010)
Portanto, a fé é um componente universal porque seus
elementos são encontrados em quase todas as culturas, em todas as classes
sociais, em todos os períodos da história da humanidade, enfim, em todas as
cosmovisões . E em nossos dias, a fé na
capacidade humana em responder a todos os mistérios da natureza e do pensamento
humano tem nos desafiado.
Com isso, destacamos que fé não é algo restrito a religião.
Se tão somente houver no homem a aceitação de proposições e afirmações por
parte daquele que as aceitam e nelas confiam, daí se pressupõe que exista a fé.
Até mesmo quando se ambiciona provar a invalidade ou a inexistência da fé é
necessário que aquele que o pretende creia em suas afirmações.
2.1 - A fé evangélica
Mesmo sendo a fé capaz de existir para além da perspectiva
da religião e da possibilidade do indivíduo crer ou não crer, considerar ou
ignorar a existência de Deus, este texto pretende tratar da fé evangélica e
como ela é descrita nas escrituras sagradas .
Em um primeiro momento queremos observar que, ao contrário
da fé metafísica, da fé científica e da fé nas ciências sociais, que constroem suas “verdades” e “crenças” a partir das
experiências e reflexões humanas, a fé evangélica é constituída pela convicção
da existência de um único Deus. Esse Deus é todo-poderoso, que existe por si
mesmo, é soberano, criador de tudo e todos, mas é diferente de sua criação e
que se auto-revela.
Segundo H. Orton Wiley , a fé Cristã se entende da seguinte
forma:
“Por fé cristã entendemos a aceitação por parte do homem da
revelação de Deus dada por Cristo e escrita na Bíblia. E a verdade revelada
integrada na vida pessoal e tornada dinâmica e vital por ser assim incorporada
na personalidade humana.”(ORTON, 1990)
A fé evangélica consiste em aceitação da verdade que está
exposta na Bíblia e testificada pelo Santo Espírito que é o autor da mesma.
Essa aceitação da verdade pelo coração e a entrega e o comprometimento do homem
com a verdade do evangelho é confiar no Senhor somente e se entregar a Ele de
todo coração, alma, força e entendimento.
Fazendo assim é fácil cumprir o segundo mandamento que nos
ordena a amar ao próximo como a nós mesmos, pois o mesmo é o fruto imediato da
fé que temos no primeiro, amar a Deus acima de todas as coisas, como foi
descrito por H. Orton Wiley acima e também por Charles G. Finney como observamos abaixo:
“Visto que a Bíblia representa uniformemente a fé salvadora
ou evangélica como uma virtude, sabemos, portanto, que tem de ser um fenômeno
da vontade. É um estado eficiente da mente, e, portanto, tem de consistir na
aceitação da verdade pelo coração ou pela vontade. É o fechamento da vontade
com as verdades do evangelho. É o ato da alma se entregar ou se comprometer com
as verdades do sistema evangélico. É uma confiança em Cristo, uma entrega da
alma e de todo o ser ao Senhor, nos seus vários ofícios e relações com os
homens.” (FINNEY, 2001)
A fé descrita acima traz uma certeza que exclui a dúvida.
Está firmada na total entrega, onde o que se entende é que a vontade do
individuo, herdeiro do primeiro Adão em seus pecados está completamente
subjugada, morta, e que o sujeito, após ter nascido de novo por sua plena
confiança em Cristo Jesus está pronto para testificar do seu amor.
A fé evangélica pressupõe que o individuo reconheça a
verdade da revelação de Deus, ou o ato da salvação fornecida por Cristo. A fé
de fato é um elemento voluntário, pois entende-se necessário confiar somente em
Cristo como Senhor e salvador, e sujeitar a alma culpada e corrompida ao
senhorio de Cristo Jesus.
“A fé em Cristo é graça salvadora, através da qual recebemos
e descansamos apenas Nele para a salvação e Ele se nos oferece no evangelho. Se
se tiver em mente essa relação da fé com o Cristo pessoal, muita desesperança
poderia ser evitada.” (STRONG, 2007)
O Pastor e
evangelista inglês John Wesley também
trata deste assunto ao falar do testemunho do Espírito Santo ao nosso espírito,
de que a certeza que temos por causa do fruto do Espírito é conseqüência de uma
fé Cristã adequada.
Kenneth J. Collins
citando a teologia pratica de John Wesley comenta:
“O fruto do Espírito, a consciência livre de ofensa e o
cumprir da lei moral como uma expressão da vontade de Deus constituem o que
Wesley chama o testemunho de nosso Espírito e ou apenas, o testemunho direto.
Essa medida de certeza que marca a vida do crente se origina do resultado das
evidências da fé cristã adequada. Por isso, Wesley argumenta que todo aquele
que tem o fruto do Espírito é filho de Deus; (...)” (COLLINS, 2010)
Segundo John Wesley a fé é a evidência de uma convicção. É
confiança em Jesus Cristo, e é mediante a fé que todo homem é Justificado,
regenerado, santificado e aperfeiçoado em amor.
Esta mesma fé é uma expressão da vontade de Deus que se
manifesta através do fruto do Espírito que testifica que somos filhos de Deus.
O pastor John Wesley define que a fé cristã não é apenas um assentimento, ou
uma apropriação do intelecto do que seja fé, mas antes é uma confiança e
entrega da vontade do homem a Deus que ao renunciar a si mesmo deixa de confiar
totalmente em seu ego depravado. Este
mesmo homem passa a confiar em Cristo, pois o mesmo se vê como miserável
pecador perdido e culpado diante de Deus.
Sem esperanças em si mesmo o homem se entrega a Cristo e
confia em Deus e em sua graça. John Wesley em sua predica Salvação pela fé ,
declara que a fé evangélica não é a fé de um pagão que crê que Deus existe, mas
não o honra como Deus. Tão pouco é a fé de um demônio que até treme e estremece
que chega a reconhecer que Jesus é o Cristo, mas não obedece. Também não é a fé
dos apóstolos quando Cristo ainda estava com eles. Pois à fé anterior dos
apóstolos faltava um elemento que eles e os cristãos posteriores viriam a crer
que é a importância da morte de Cristo e a força da sua ressurreição.
“Qual é a fé mediante a qual somos salvos? Pode-se
responder, de modo geral, que é primeiro, a fé em Cristo: Cristo e Deus através
de Cristo são os próprios fundamentos dessa fé. Nisto se distingue ela
suficientemente, absolutamente, da fé, seja dos antigos ou dos modernos pagãos.
Da fé que possui o demônio ela se distingue por isto: não é uma coisa meramente
especulativa, racional, um assentimento frio e morto, uma série de idéias que
se amontoam na cabeça, mas uma disposição do coração. Por isso diz a Escritura:
“Com o coração o homem crê para a justiça”; e: “se tu confessares com tua boca
o Senhor Jesus, e creres em teu coração que Deus o levantou dentre os mortos,
serás salvo”. Nisto ela difere daquela fé que os próprios apóstolos nutriam
enquanto nosso Senhor estava na terra: reconhece a necessidade e os méritos de
sua morte e o poder de sua ressurreição.”(WESLEY, 2012)
Em sua teologia prática
John Wesley não deixa de lado o elemento do entendimento. Ele só
reconhece que esse elemento é insuficiente e deve se juntar à disposição do
coração, pois os pecadores aceitam a fé não só com o raciocínio, mas como seres
humanos, também com o coração.
John Wesley também discorre sobre a inteira certeza da fé,
onde o coração é aperfeiçoado no amor, ou seja, tem amor sem medo como nos
mostra Collins em seu livro Teologia de John Wesley:
“O homem natural não tem medo nem amor; aquele que é
despertado tem medo sem amor; o que é criança em cristo tem amor e medo; o que
é pai em Cristo, tem amor sem medo. Além disso, embora essa certeza da fé, a
persuasão plena, exclua, de fato, a dúvida e o medo, Wesley observa que ela não
é propriamente [...] uma certeza do que é futuro, mas do que é agora. Ou seja,
ela não representa uma possibilidade futura, mas uma realidade presente.”
(COLLINS, 2010)
Ao escrever As marcas de um metodista , John Wesley afirma
que o mesmo tem confiança na verdade e que toda a Bíblia é inspirada por
Deus. E isto é o que distingue os
cristãos dos não cristãos, dos judeus e dos mulçumanos .
A fé evangélica nos conduz a crer que a escritura é a única
e suficiente regra de fé e procedimento do cristão e que Cristo é o eterno e
supremo Deus. E declara que somente pela fé somos salvos e sobre salvação ele
entende:
“Por salvação o metodista entende a santidade do coração e a
santidade da vida. E isto, é cousa que nasce somente da verdadeira fé.”
(WESLEY, 2012)
Enfim, para o Metodista Anglicano John Wesley crer que
Cristo Jesus morreu e se entregou é a fé de um cristão.
Também, o reformador e teólogo francês João Calvino acrescenta que há uma ligação direta da fé
com a palavra de Deus, pois a mesma não pode se separar da palavra, e ouvir a
palavra é para João Calvino, um passo para se crer.
Isto diferencia a igreja cristã e a fé evangélica da fé
comum ou dos não cristãos. A fé
evangélica tem por base a Palavra revelada de Deus e se não for assim, não é fé
evangélica, mas uma crença qualquer ou até mesmo um devaneio.
“Pelo quê, se a fé se desvia sequer um mínimo desta meta que
deve colimar, já não retém sua natureza, mas é incerta credulidade e vago
devaneio da mente. A mesma Palavra é a base em que a fé se apóia e se sustém.
Se daí declina, desmorona-se.
Tire-se, pois, a Palavra e já nenhuma fé restará.” (CALVINO,
1985)
Para João Calvino, a fé evangélica também é a relação e o
conhecimento de Deus para conosco, recebendo conhecimento da sua vontade.
Segundo ele, a fé requer certeza e convicção. Ele afirma que “nossa fé não tem que estar fundamentada no que
tenhamos pensado por nós mesmos, mas no que nos foi prometido por Deus”. A questão está na confiança e ousadia que
provém da verdadeira fé consistindo em certeza na bondade de Deus.
João Calvino crê que esta ousadia nasce da plena confiança
na benevolência e salvação divina.
“Em suma, não há nenhum outro verdadeiramente fiel senão
aquele que, persuadido por sólida convicção de que Deus é seu Pai propício e
benévolo, por sua benignidade lhe promete todas as coisas; e aquele que,
confiando nas promessas da divina benevolência para consigo, antecipa infalível
expectativa de salvação. Como o Apóstolo assinala nestas palavras: “Se
tão-somente conservarmos confiança até o fim, e a glória da esperança” [Hb 3.6]. Porque, ao expressar-se
assim, declara que ninguém espera no Senhor como deve senão aquele que se
gloria confiadamente de que é herdeiro do reino celeste.” (CALVINO, 1985)
O teólogo Batista Augustus Hopkins Strong propõe que a fé evangélica e o arrependimento
são lados distintos do mesmo ato de volta. Pois onde há verdadeira fé, também
encontramos verdadeiro arrependimento.
“Porque arrependimento e fé são apenas lados diferentes ou
aspectos do mesmo ato de volta, a fé é inseparável do arrependimento como o
arrependimento é da fé. Deve ser uma fé irreal em que não há arrependimento
assim como deve haver arrependimento irreal onde não há fé. Contudo, porque um
aspecto de sua mudança é mais proeminente no pensamento do convertido do que o
outro não podemos concluir que este não exista. Só esse grau de convicção do
pecado é essencial para a salvação, o que o leva a um afastamento do pecado e
confiante rendição a Cristo.” (STRONG, 2007)
A palavra grega que
se traduz por arrependimento é metánoia (μετάνοια), que em seu sentido original
significa mudança de pensamento, idéia que Strong diz ser mudança de mente ou
renunciar o pecado. E este é um ato da vontade.
O arrependimento é em todos os sentidos um ato interior que
acontece dentro do individuo que, ao confessar seu pecado perante Deus tem uma
nova disposição em sua mente, ou seja, é transformado pelo poder de Deus. Para
isso, o mesmo necessita confiar plenamente no Senhor, autor e objeto de sua fé.
O verdadeiro arrependimento se confirma na confissão e na
correção dos desacertos cometidos ao próximo. Esta mudança interior ou mudança
de mente é uma mudança de intenção que ocorre no coração humano ao buscar em
Cristo Jesus perdão e purificação para seus pecados. O ato de se converter é um
ato de fé.
2.2 - Fé dom do Espírito
O Espírito Santo é quem sela os crentes que estão em Cristo
Jesus, esta é a promessa que pelos profetas foram anunciadas e qual a fé que é
o primeiro e principal dom do mesmo Espírito de Poder ao qual foi prometido pelo Senhor Jesus
Cristo que o mundo com Ele não tem parte alguma, mas aos filhos de Deus é
concedido. O Espírito Santo é o consolador, e o que ensina os crentes e também
é o que abre aos olhos dos filhos de Deus e os concede vida pela fé como nos
afirma o teólogo e reformador Frances João Calvino:
“E lhe atribui como ofício próprio isto: trazer à lembrança
o que ele próprio ensinara com a boca, uma vez que se ofereceria luz aos cegos,
a não ser que aquele Espírito de entendimento lhes abrisse os olhos da mente.
De sorte que se pode, corretamente, chamá-lo a chave com que se nos abrem os
tesouros do reino celestial e sua iluminação a agudeza da visão de nossa mente.
Por isso tanto encarece Paulo “o ministério do Espírito” [2Co 3.6], porque
clamariam sem proveito os ensinadores, a
não ser que o próprio Cristo, o Mestre interior, por seu Espírito a si atraísse
os que lhe foram dados pelo Pai [Jo 6.44].
Portanto, como na pessoa de Cristo dissemos achar-se
perfeita salvação, assim, para que nos tornemos dela participantes, “batiza-nos
ele no Espírito Santo e no fogo” [Lc 3.16], iluminando-nos à fé viva de seu
evangelho, e assim nos regenera para que sejamos “novas criaturas” [2Co 5.17],
e, purificados das impurezas profanas, a Deus nos consagra por templos santos
[1Co 3.16, 17; 6.19; 2Co 6.16; Ef 2.21].”(CALVINO, 1985)
Uma vez iluminados pela fé que por Deus é concedida, o
Espírito Santo nos abre o entendimento, e é por meio da mesma fé, que aponta
para o Deus vivo que purifica os homens de suas iniqüidades. É pela fé que se
pode conhecer o Deus único e verdadeiro e por meio dela conhecemos a Jesus
Cristo, enviado por Deus para que, por meio Dele sua glória fosse então
revelada aos homens. E é por meio do Espírito, que somos conduzidos a Cristo e
a buscá-lo e Ele é o único caminho para que o Pai seja revelado a nós.
A Fé evangélica
segundo o reformador João Calvino é dom de Deus para que a obra de Deus seja
revelada em nós por Cristo.
Já o teólogo judeu e pentecostal Myer Pearlman fala da fé não como o dom do Espírito, ou
seja, não da fé salvadora que é confiança, certeza, convicção o que ele trata
aqui é da fé como um dos dons espirituais como esta descrita na carta para
comunidade cristã de Corinto (Co12, 9).
Esta fé descrita na carta do apóstolo seria uma doação
especial de Deus.
“Uma qualidade de fé, às vezes chamadas por nossos teólogos
antigos por fé miraculosa. Parece vir sobre alguns dos servos de Deus em tempos
de crise e oportunidades especiais de uma maneira tão poderosa, que são
elevados fora do reino da fé natural e comum em Deus, de forma que tem uma
certeza divina posta em suas almas que os faz triunfar sobre tudo
[...]Possivelmente esta mesma qualidade de fé e pensamento de nosso Senhor
quando disse em Marcos 11.22. Tenha fé em Deus (grifo do autor ). Era essa fé
com essa qualidade especial da qual pode afirmar que um grão dela podia remover
montanha (Mt 17,20). Um pouco dessa fé divina, um atributo do Todo-Poderoso, posto
na alma do homem que milagres pode produzir!” (MYER, 2006)
Esta fé que pode produzir milagres, esta fé que opera o
impossível do ponto de vista do homem, é dom de Deus, concedido aos seus filhos
pelo poder do Santo Espírito.
Enfim, a fé
como dom é cedida pelo Espírito para o beneficio daqueles a qual foi outorgada.
2.3 - Fé Fruto do
Espírito
A fé como fruto, é condição da vida regenerada e, portanto,
é uma conseqüência da graça e privilegio duradouro na vida dos que crêem. A
verdadeira fé produz bons frutos como nos lembra Tiago em sua carta ( Tg 2.17).
Os frutos da fé não são condição para salvação, mas são agradáveis a Deus como
bem nos lembra John Wesley quando disse:
“Embora as boas obras, que são frutos da fé e acompanham a
justificação, não possam tirar os nossos pecados e resistir a severidade do
juízo de Deus, contudo são agradáveis a Deus em Cristo e resultam de uma fé
viva e verdadeira no sentido de que por elas pode conhecer-se a fé como a
árvore é conhecida pelo fruto”(WILEY, 1990)
A salvação é pela graça através da fé. Está fé pela qual o
homem é salvo torna-se lei em seu coração, e é dai que nascem as boas obras.
2.4 A palavra fé.
A palavra fé nas escrituras sagradas aparece com alguns
significados diversos vamos tratar de alguns deles.
No quinto livro da Bíblia encontramos a seguinte afirmação:
Exceto Caleb, filho de Jefoné. Ele a verá. Dar-lhe-ei a terra por onde passou,
e também aos seus filhos, pois ele seguiu Yahweh sem reservas. (Dt 2,6) . Aqui
neste versículo vemos que a fé aparece como entregar-se sem reservas a Deus. É
uma entrega total, confiança que exclui toda duvida e envolve todo ser em sua
relação com Deus e sua palavra. É obediência, fidelidade, confiança plena. Em
outra tradução encontramos a palavra perseverança. Já no livro do profeta
Habacuc encontra-se a palavra fé literalmente traduzida como fidelidade. Eis
inflado de orgulho aquele que cuja alma não é reta, mas o justo viverá por sua
fidelidade. (Hc 2,4). Aqui encontramos a
idéia que o justo vive por sua obediência a palavra de Deus. Por que Nele
deposita sua confiança. O apóstolo Paulo cita esta passagem na carta aos
Romanos. A Palavra hebraica emunah que é o equivalente a palavra fé, em
português é encontrada em Is 22,23 pode, segundo o lingüista Daniel Lago, denotar firmeza e convicção. A Palavra emunah
significa expressar a fé através de uma ação.
Já a palavra grega
πιστεύω /Pisteuo significa “colocar a confiança em” confiar no sentido
de dependência ou de entregar-se completamente ou de ser persuadido, crer. Esta
palavra é usada por Matheus 10 vezes, por João Marcos 10 vezes, por Lucas 9
vezes e por João 99 vezes.
Outra palavra usada no novo testamento é πείθω /peitho que
significa se permitir a ser convencido, também é traduzida como acreditar.
A palavra πιστός /pistos significa acreditar, confiar no
sentido ativo. E no sentido passivo leal, fiel e confiável.
A palavra πίστις /pistis significa fé, fidelidade, crer.
Como podemos observar a palavra de Deus deixa claro que fé
evangélica é confiar, se entregar sem reservas, estar convicto, ter certeza
plena, ser fiel ou fidelidade, crer, acreditar, ser dependente de Deus se
arrepender voltar-se para Deus enfim, é confiar totalmente em Cristo e em
Cristo somente.
Um comentário:
Parabéns pastor Fabio muito bom seu Blog, que o Senhor Jesus continue derramando bênção em sua vida e sabedoria do alto céu.
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