16/10/2021

Alegrem-se os povos


John Piper é pastor na Igreja Batista em Minneapolis, Minnesota. USA

As missões não representam o alvo principal da igreja, a adoração sim. As missões existem porque não existe adoração, esta sim fundamental, pois Deus é essencial, e não o homem. Quando esta era se encerrar e os incontáveis milhões de redimidos estiverem perante o trono de Deus, não haverá mais missões. Elas representam, no momento, uma necessidade temporária, mas a adoração permanece para sempre.

A adoração é,  portanto, o combustível e a meta das missões porque nelas simplesmente procuramos levar as nações ao jubilo inflamado da glória de Deus. O objetivo das missões é a alegria dos povos na grandiosidade de Deus. "Reina o Senhor . Regozije-se a terra, alegrem-se as muitas ilhas" (Sl 97.1); "Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os povos todos. Alegrem-se e exultem as gentes"  (Sl 67.3,4)

No entanto, a adoração é também o combustível das missões. A paixão por Deus na adoração precede a apresentação de Deus por meio da pregação. Você não pode recomendar o que não aprecia. Os missionários jamais exclamarão: Eu me alegrei no Senhor... "Alegrar-me-ei em ti; ao teu nome, ó Altíssimo, eu cantarei louvores ( Sl 104.34;9.2). As missões começam e terminam com adoração.

Se a busca da glória de Deus não for colocada acima da busca do bem do ser humano nas afeições do coração e nas prioridades da igreja, o homem não será bem servido, e Deus não será devidamente honrado. Não estou pleiteando uma redução no trabalho missionário, e sim uma exaltação de Deus. Quando a  chama da adoração arder com o calor da excelência de Deus, a luz das missões brilhará para os povos mais remotos da terra. Anseio a chegada deste dia!

Onde a paixão de deus for fraca o zelo pelas missões será fraco. As igrejas que não primam pela exaltação da majestade e beleza de Deus raramente se inflamam por um desejo fervente de anunciar pelas nações a sua glória (Sl 96.3)

O aspecto mais difícil é colocar Deus como o centro da vida da igreja. Se os cristãos não ficam maravilhados diante da grandeza de Deus, como poderão ser enviados com a mensagem vibrante de Salmos ( 96.4) "Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, temível mais que todos os deuses? ".As missões não são o começo e o fim mais Deus é. Não são meras palavras. Essa verdade é a energia vital da inspiração e da perseverança do missionário.  William Carey, o pai das missões modernas, que velejou da Inglaterra a Índia, em 1793 expressa sua experiência;

"Quando deixei  a Inglaterra, minha esperança de converter a Índia era muito forte, porém diante de tantos obstáculos ela minguaria, se não fosse o sustento recebido de Deus. Bem, Deus esta comigo, e sua Palavra é verdadeira. Embora as superstições dos pagãos fossem mil vezes mais fortes e o exemplo dos europeus mil vezes pior, mesmo diante do abandono e d a perseguição minha fé, posta na segurança da Palavra, ainda superaria todos os obstáculos e suportaria cada provação. A causa de Deus triunfara."

Carey e milhares igual a ele são impelidos pela visão de um Deus grande e triunfante. Essa visão precisa vir em primeiro lugar, devendo o missionário exprimentá-la  na adoração antes de difundi-la nas missões. Isso se resume a avançar em direção a um grande alvo: a adoração inflamada a Deus e a seu filho por todos os povos da terra. As missões são esse objetivo. São os meios e, por essa razão, constituem a segunda maior atividade no mundo. 

    

  

 

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