Por Bispo Roberto Alves de Souza Igreja Metodista do Brasil
É na revelação do grande amor de Deus na Obra da Criação
que nasce a missão de Deus de salvar o mundo, pois essa salvação é o
imensurável fruto do seu grande amor por nós, criaturas criadas segundo a sua
imagem e a sua semelhança. Nesse sentido, Jesus Cristo foi o primeiro e maior
evangelizador que se revelou à humanidade. Grandes estudiosos/as da
eclesiologia afirmam que são quatro os pilares de uma igreja missionária,
vejamos:
(1)uma Igreja Missionária abandona o comodismo; (2) uma Igreja Missionária ouve a todas e todos; (3) uma Igreja Missionária tem suas portas sempre abertas para acolher a todas e todos; e, por último, (4) uma Igreja Missionária tem um só objetivo, ganhar vidas para Jesus Cristo.
Analise esses quatro pilares e verá se sua comunidade local é uma Igreja Missionária. Em Mateus 28.18-20, nós observamos o maior de todos os evangelistas introduzir esses quatro pilares em sua IGREJA. Nesse texto, Jesus Cristo dá uma ordem: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.
1) ABANDONA O COMODISMO: de acordo com o
estudo etimológico e exegético da expressão “IDE E FAZEI”, os/as exegetas são
unânimes em afirmar que essa expressão significa “INDO E FAZENDO”, ou seja, é
um movimento constante, permanente, sem parar. A Igreja não pode parar nem por
um instante, pois, se isso acontecer, ela deixa de ser missionária. É indo e
fazendo discípulas e discípulos a cada segundo, minuto e hora na história da
humanidade. Somos chamados e chamadas a interceder incessantemente por vidas (1
Tessalonicenses 5.17).
2) OUVE AS PESSOAS: na Igreja Missionária
não há acepção de pessoas, todas e todos são importantes, saudáveis e doentes,
ricos/as ou pobres, doutores/as ou analfabetos/as, honestos/as ou
desonestos/as, justos/ as e injustos/as, brancos/as e negros/ as, nativos/as ou
estrangeiros/as, pois a ordem de Jesus Cristo é clara: “de todas as nações”
(etnias). A essência de Deus é não fazer acepção de pessoas, consequentemente,
essa essência de Deus está em nosso DNA. Por várias vezes a Palavra de Deus
afirma que “o desejo de Deus é que todos e todas conheçam a verdade e por ela
venham a ser salvos”, vejamos: “Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso
Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade” (1 Timóteo 2.3,4). Somos chamados e chamadas para
anunciar o Evangelho a todas as criaturas (1 Coríntios 9.16).
3)
PORTAS ABERTAS: a Igreja Missionária é “Corpo de Cristo”, portanto sempre
estará de portas abertas para acolher e cuidar de todas as pessoas que por essa
porta entrar e ficar. Ela sempre seguirá as sagradas instruções da Palavra de
Deus para ensinar, cuidar e abençoar a todos e todas que por ela entrar; isto
sem acepção de pessoas, raças, ou quaisquer outras situações que causam
ruptura, barreira ou separação, pois a Igreja Missionária rompe com todas as
barreiras e preconceitos externos e internos para que seja verdadeiramente
“Corpo de Cristo” onde todos e todas poderão assentar-se à mesa da comunhão
quando tornam-se irmãos e irmãs em Cristo Jesus. Isso é afirmado por Jesus
Cristo quando declara: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que
vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam
um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que
o mundo creia que tu me enviaste” (João 17.20,21). Somos chamados e chamadas
para ir ao encontro das vidas (Mateus 25.35-36).
4)
TEM OBJETIVO: a Igreja Missionária tem um único objetivo – ganhar vidas. Essa é
a grande visão de Deus que na história foi passada para os patriarcas, reis e
profetas do Antigo Testamento; no Novo Testamento é o único objetivo de Jesus
Cristo em sua vinda a esse mundo – salvar vidas. A missão não foi interrompida,
mas segue como objetivo único do Espírito Santo através de nós. Portanto, não
podemos perder essa visão de Deus que foi passada a nós pela história da
humanidade, mas também precisamos entender com toda humildade que não
atingiremos esse objetivo por nós mesmos, por nossa força, mas somos totalmente
dependentes da maravilhosa graça de Deus que atua e age em nós e através de nós
em todo coração humano. É o Espírito Santo que nos convence do pecado como
afirma o Evangelho de João, vejamos: “Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que
eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém,
eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da
justiça e do juízo” (João 16.7,8). Somos chamados e chamadas a sermos
autênticas testemunhas de Cristo (Hebreus 12.1-3).
Que debaixo desses quatro pilares possamos
fazer uma profunda reflexão pessoal e denominacional sobre como temos
contribuído para sermos uma Igreja Missionária. Pessoalmente, é preciso ter
muita humildade para reconhecermos nossas falhas e egoísmo quando não somos nem
“frio”, nem “quente”, mas “morno”, uma condição e estado de estarmos prontos a
sermos “expurgados” por Deus. Não é isso que Deus quer de nós, mas ELE deseja
nos restaurar e nos transformar em sal e luz, vejamos este convite a nós: “Vós sois
o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor?
Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vós
sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte
(Mateus 5.13,14). Que sejamos uma Igreja Missionária para que o Senhor “não
permita que vivamos inutilmente” (John Wesley). Deus nos abençoe!
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